Os Adversários da Adolescência
Por Dr. Wagner Paulon
20/11/2009
Ao entrarmos na adolescência nos deparamos com infinitos
adversários. Estávamos no mundo protegido, acalorado e seguro da
infância. As nossas necessidades eram satisfeitas por nossos pais:
eles estavam ali para colocar um esparadrapo no nosso dedão quando
colidíssemos com uma pedra, e beijavam nossos olhos molhados de
lágrimas quando algo deu errado. Nós brincávamos quase todo o tempo,
e a vida era cor-de-rosa e confortável. Mas não é possível
permanecer para sempre nesse mundo da infância, não mais do que
podia continuar no ventre de nossa mãe. Existe algo melhor à nossa
frente -- o estímulo do ato de crescer, de tornarmo-nos adultos, de
ter a nossa própria família, de ganhar o nosso sustento, de tomarmos
as nossas próprias decisões, de sermos independentes. Este é o
processo natural e necessário para a mudança da infância para a
idade adulta.
Lamentavelmente, porém, nós não podemos amadurecer de repente. É
preciso que saiamos primeiro do nosso mundo protegido da infância, e
é justamente então que começam as nossas dificuldades. Haverá tempos
em que a vida baterá em nosso traseiro, por assim dizer, da mesma
forma que o fez antes. E nós podemos até sentir que estamos
pendurados pelos calcanhares de vez em quando. Surgirão alguns
temores e problemas novos, e o mundo não se mostrará tão seguro
quanto antes. Mas é um mundo excitante, e será ainda melhor se
soubermos o que esperar.
Com esta introdução, portanto, quero descrever algumas das novas
experiências que estão prestes a ocorrer. Você logo terá alguns dos
momentos mais emocionantes de sua vida (e alguns dos mais
amedrontadores também!).
Para enfrentar os infinitos adversários que os adolescentes mais se
preocupam e os perturbam sugerimos, os seguintes passos:
Em primeiro lugar, você deve familiarizar-se mais com a sua mente,
seus sentimentos, suas emoções, suas atitudes, seu corpo, suas
esperanças e sonhos.
Em segundo lugar, inquirir-se constantemente, quem você é, para onde
você vai, como chegar lá, e com as coisas que provavelmente terá de
enfrentar nos anos vindouros. Vamos enfrentar esses pontos de
frente: nada será considerado sensível ou delicado demais para
discutir, desde que seja importante para aqueles de vocês que têm
entre doze e vinte anos.
Ao lerem este artigo, almejo que ele faça com que desejem discutir o
assunto com alguém em quem confiem. Que este seja apenas o começo;
comece a fazer as suas próprias perguntas, a expressar suas próprias
preocupações, e a fazer do crescimento uma fase muito pessoal em sua
vida.
Dr. Wagner Paulon - Formação em psicanálise (Escola Paulista),
mestre em psicopatologia (Escola Paulista), psicologia (Saint
Meinrad College) USA, pedagogia (FEC ABC), MBA (University Abet)
USA, curso de especialização em entorpecentes (USP), psicanalista
por muitos anos de vários hospitais de São Paulo.