Afinal como são seus modelos mentais?
Por Maria Inês Felippe
21/09/2007
No feriado passado estava lendo o artigo do Eugênio Mussak sobre
percepção, onde explica que de acordo com os livros de psicologia a
percepção é o processo de selecionar, organizar e interpretar
estímulos oferecidos pelo meio .Refletindo senti a necessidade de
escrever sobre modelos mentais, assunto este que tenho tratado
intensamente nos programas de criatividade. Ressalto que é
complicado pensar em ferramentas para estímulos da criatividade e
inovação, sem tratar dos modelos mentais.
Nosso comportamento é regido por eles, que são nada mais do que
imagens, experiências que nos guia, que interferem na nossa
percepção do mundo como agimos, eles moldam a nossa forma de agir e
está ligada aos processos educacionais, forma de criação etc. Quem
nunca escutou a frase: Cada um vê as coisas com os olhos que tem?
A nossa personalidade foi formada pela forma como fomos criados,
modelos ensinados, preconceitos, e padrões de comportamento. Os
modelos mentais são naturalmente modelos em evolução, através da
interação com o meio, as pessoas formulam novos modelos.
Tudo isso pode parecer simples, mas na prática não é bem assim, pois
na maioria eles são inconscientes.
Eles são naturalmente modelos em transformação é algo dinâmico e
através da interação com o meio às pessoas vão reformulando suas
concepções e isso é fundamental para viver no mundo em
transformação.
Muitas vezes deixamos de ter boas idéias e perdemos grandes negócios
por causa dos modelos mentais vigentes, experiências passadas por
vezes não bem sucedidas, bloqueando-nos, amedrontando-nos. Eles
funcionam como anteparos invisíveis que nós mesmos criamos, ou criam
por nós, e sem perceber nos tornamos escravos dos nossos
pensamentos. Este aspecto é cada vez mais percebido nos programas de
treinamento que tenho realizado. Há pessoas que acreditam que
precisam ter e uma grande idéia e que somente o amigo as possui.
Sempre reforço, nos grupos, não precisa ter uma grande idéia e sim
uma pequena idéia de grande valor. Outro aspecto percebido é a ordem
de mando: Inovar sem gastar.
Para impedir o processo criativo, listei uma série de argumentos,
que bloqueiam a criatividade e que fazem parte dos modelos mentais
de algumas pessoas. Aproveite e marque quanta das frases abaixo que
você tem escutado ou até mesmo as que fazem parte do seu
vocabulário.
Isso nunca vai dar certo.
Não sou criativo.
Criatividade é coisa de artistas.
Já tentei e não deu certo.
Não vão gostar.
Time que está ganhando não se mexe.
Sempre foi feito assim, porque mudar.
Isso não é lógico.
Isso é óbvio, acho que já pensaram.
Alguém já pensou e não deu certo.
Se fosse bom já teriam inventado antes.
Vão te chamar de louco, de ridículo.
Isso é bobagem, pare de inventar.
Você deve estar brincando?
Isso cria mais problemas do que solução.
Semana que vem vamos criar.
Vamos ser realistas.
Você pensou nisso a fundo?
Temos que acertar logo.
Cuidado com o excesso veja se não está utilizando demais as frases
acima, ou também não está escutando demais, elas poderão bloquear a
criatividade.
Quebrar esses modelos requer esforços e leva a mudanças de
pensamento e, conseqüentemente, de comportamento, despertando-nos
para uma vida melhor.
As mudanças fazem parte da vida e ocorrem quando sentimos
necessidade de ser o que somos, tirando crenças e preconceitos,
agindo criativamente, transformando ameaças em oportunidades.
O despertar da criatividade faz com que as pessoas aprendam a ver as
coisas com novos olhos, percebendo oportunidades, possibilitando
vária soluções para os mesmos problemas, tornando-se mais sensíveis
aos estímulos da sociedade, favorecendo a geração de idéias e a
capacidade de dar respostas prontas e argutas, para isso é preciso
rever os seus modelos mentais.
Eugênio diz no mesmo artigo: O mundo sorri para os "perceptivos" e
ri dos "desligados" .
Saibam os que criam e inovam são curiosos, utilizam a percepção,
para identificar seus próprios modelos mentais e da sociedade,
transformando o que era visto como risco em oportunidades, ou o que
era pouco percebido em verdadeira obra de arte.
Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Adm. de
Recursos Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo
pela Universidade de Educação de Santiago de Compostela - Espanha.
Palestrante e consultora em Recursos Humanos, Desenvolvimento
Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências.
Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em
Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e
Comportamento Humano nas empresas. Vice Presidente de Criatividade e
Inovação da APARH.