O Arquétipo da Grande Mãe
Por Alexandre Quinta Nova Teixeira
28/04/2007
Todo arquétipo tem em sua essência uma ampla gama de sentimentos,
sentidos, significados e símbolos diferentes dependendo de cada
individualidade. Tentarei aqui, em poucas palavras, dar um panorama
sobre este arquétipo, citando fases da relação mãe-filho.
Podemos ver exemplos do arquétipo materno na arte, história das
civilizações e na cultura de cada povo como: Deméter, Gaia, Sofia,
Virgem Maria entre outras mulheres famosas.
Como todo arquétipo ele é comum a todos os seres humanos. No homem,
o arquétipo da Grande mãe é constelado na medida que aquele lide com
figuras femininas como a mãe, a sogra, avó, madrasta e até a própria
esposa.
Ao pensar no arquétipo materno me vem a cabeça o princípio de tudo,
o início, pois foi a mãe que nos gerou a vida. Nada mais sublime que
dar vida a um outro ser. Esta é uma característica apenas das
mulheres que desejam ser mães. Ao mesmo tempo ela nos possibilita
dar início as nossas vidas e ao nosso processo de individuação.
Quando o bebê nasce ele está totalmente desprotegido neste novo
mundo. Nestas horas ninguém melhor do que a mãe saberá os cuidados
que seu filho necessita. Assim, a mãe irá nutrir o seu bebê e
protegê-lo dos perigos do mundo externo.
Na medida em que a criança começa a crescer e a dar seus primeiros
passos é preciso acolher o filho, quando necessário, dando atenção e
afeto. Assim, ninguém melhor do que a mãe para nos pegar no colo
quando tropeçamos em nossa caminhada.
Como vimos o amor maternal, o início, a proteção, a nutrição e o
acolhimento são características do arquétipo materno que nos
possibilita nos tornarmos adultos maduros e preparados para
enfrentar os desafios da vida.
Assim, o ser mãe eleva a posição da mulher a uma postura de deusa
que cria seres inofensivos e os transforma num passe de mágica em
homens adultos prontos para trilharem seu caminho sozinhos. Podemos
perceber uma existência de uma mãe divina.
Mas em todo arquétipo existe o yin e yang (elementos positivos e
negativos). No arquétipo da Grande mãe não seria diferente. O
arquétipo materno tem como aspecto negativo a mãe que devora seu
filho e impede que este cresça tornando-se sempre o seu eterno bebê.
Isto fica muito nítido na simbologia da sereia que seduz os
marinheiros com seu canto e sua beleza. Os homens seduzidos vão ao
encontro da sereias e elas se transformam em bruxas e devorando-os.
Assim, percebemos que o arquétipo da Grande mãe está sempre entre
dois opostos sendo denominadas Deusas ou Bruxas.
Contudo, é-lhe dada uma missão divina que é a de gerar um novo ser
inofensivo e transformá-lo numa pessoa adulta preparada para vida.
Ninguém melhor do que a Grande mãe para cumprir esta missão e colher
os frutos ao ver todos os seus filhos crescidos e adultos.
Para as mulheres cumprirem este papel um aspecto importante é o amor
maternal. O resto vai se desenvolvendo na medida da relação e da
convivência entre estes dois seres diferentes.