Arquétipos
Por Vanilde Gerolim Portillo
12/02/2007
Para Carl Gustav Jung, a existência do inconsciente coletivo não
depende de experiências individuais, como é o caso do inconsciente
pessoal, porém, seu conteúdo precisa das experiências reais para
expressar-se, já que são predisposições latentes.
Jung chamou de arquétipos a estes traços funcionais do inconsciente
coletivo. Salienta ele: “Existem tantos arquétipos quantas as
situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou estas
experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de
imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas
sem conteúdo que representavam apenas a possibilidade de certo tipo
de percepção e de ação.”.
Os arquétipos não são observáveis em si, só podemos percebê-los
através das imagens que ele proporciona. Continua Jung: ““ “Imagens”
expressam não só a forma da atividade a ser exercida, mas também,
simultaneamente, a situação típica no qual se desencadeia a
atividade. Tais imagens são “imagens primordiais”, uma vez que são
peculiares à espécie, e se alguma vez foram “criadas”, a sua criação
coincide no mínimo com o início da espécie. O típico humano do homem
é a forma especificamente humana de suas atividades. O típico
específico já está contido no germe. "A idéia de que ele não é
herdado, mas criado de novo em cada ser humano, seria tão absurda
quanto a concepção primitiva de que o Sol que nasce pela manhã é
diferente daquele que se pôs na véspera.”
Jung salienta que o mérito da observação de que os arquétipos
existem não pertence a ele e sim a PLATÃO, com seu pensamento “de
que a idéia é preexistente e supra-ordenada aos fenômenos em geral.”
Outros pensadores como ADOLF Bastian, evidenciam a ocorrência de
certas “idéias primordiais...” e outros, mais tarde, como DÜRKHEIM,
HUBERT e MAUSS “que falam de “categorias” próprias da fantasia” e
ainda Hermam USENER que reconhece “a pré-formação inconsciente na
figura de um pensamento inconsciente”.
A contribuição de Jung se dá, entretanto, nas provas obtidas por
ele, que os arquétipos existem e aparecem sem influência de captação
externa. De acordo com Jung esta constatação “significa nada menos
do que a presença, em cada psique, de disposições vivas
inconscientes, e, nem por isso menos ativas, de formas ou idéias em
sentido platônico que instintivamente pré-formam e influenciam seu
pensar, sentir e agir.”.
Alguns arquétipos foram amplamente enfatizados por Jung, pois
permeiam o desenvolvimento da personalidade e invariavelmente estão
bem próximo de nós, no nosso dia-a-dia e são mobilizados, pela
psique, tão logo surja uma situação típica.
Vanilde Gerolim Portillo - Psicóloga Clínica - Pós-Graduada e
Especialista Junguiana - Atende em seu consultório em São Paulo:
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