Auto-Estima e Seleção Brasileira
Por Maria do Rosário Martins da Silva
30/01/2007
Desde o último jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, venho
acompanhando os debates e noticiários da mídia em torno do assunto.
Agora não mais atenta com os comentários sobre os lances da partida,
mas com a questão da auto estima em baixa que tomou conta do time e
do povo brasileiro. Comecei a perceber o quanto fomos atingidos no
que o ser humano mais necessita para estar motivado: nossa
auto-estima. É sobre a importância desse sentimento que comecei a
pensar para escrever esse artigo. Ao ler sobre tudo o que passou
antes, durante e depois dos jogos, bem como a importância desse
sentimento para nós, percebi como ficamos fragilizados quando a
auto-estima é atingida, seja por questões profissionais, pessoais e
até futebolísticas, como no caso da eliminação da Seleção Brasileira
da Copa. Busquei compreender mais ainda o valor desse sentimento tão
necessário, e ao pesquisar sobre o assunto, percebi o quanto a
auto-estima é importante na vida das pessoas. Ela promove o
autoconhecimento, previne doenças, aprimora relacionamentos, traz
bem estar, confiança e sucesso, entre outros. A auto-estima
compreende a opinião e o sentimento que cada um tem por si mesmo.
Tem seu início na infância, pela forma como somos tratados pelos que
nos cercam. Nessa fase, as chamadas “frases assassinas” podem
colocar em risco uma trajetória que poderia ser de sucesso. Os pais,
professores e amigos dessa época são importantes na formação da
admiração e respeito que levaremos para sempre em nossa visa. Se
formos estimulados por frases positivas e amorosas, serão elas que
estarão em nossa mente de forma a nos comportarmos na vida. Ter
amor-próprio é ter consciência de seu valor pessoal, acreditar,
respeitar e confiar em si. Coisas que nem sempre são tão simples
assim. Muitas vezes são necessários anos de sofrimento, frustrações
e perdas para que se compreenda a necessidade de elevá-lo. Perde-se
a auto-estima quando se passa por muitas decepções, frustrações, em
situações de derrota, ou quando não se é reconhecido por nada que
faz. O que abala não é só a falta de reconhecimento por parte de
alguém, mas principalmente a falta de reconhecimento por si próprio.
Voltando à Seleção Brasileira, a Copa do Mundo pode ser vista como
uma época em que nossa auto-estima encontra-se mais elevada no que
diz respeito a nosso amor pela Pátria, à vaidade de sermos o país do
futebol, do Penta, e de astros como nossos jogadores. Até mesmo as
crianças que entravam em campo de mãos dadas com eles estavam
orgulhosas e com sua auto-estima totalmente ativada, mostrando ao
mundo a felicidade de estar ali naquele momento. Quantos de nós não
gostaríamos de ser uma daquelas crianças! Elevamos nossa auto-estima
ao ouvir o Hino Nacional e nos tornávamos uma nação feliz, pois
naquele momento o mundo estava com sua atenção voltada para nosso
país. A cada partida que vencíamos, nosso amor pela seleção
aumentava. E veio a derrota e a eliminação do Brasil dos jogos da
Copa. Junto com isso, nossa auto-estima ficou baixa com um
sentimento vago de não sermos capazes por não temos vencido. Passado
o primeiro impacto é hora de erguer-se, sacudir a poeira e
recomeçar. É hora de resgatar nossa auto-estima, elevar nosso
pensamento para as lições aprendidas com cada derrota, cada
obstáculo, cada desafio que não conseguimos transpor. Mais do que
nunca, resgatar a vontade de vencer novamente, de conseguirmos
nossos objetivos, e de sabermos que a valorização de si mesmo é um
processo que se constrói no dia-a-dia. Perdemos o título do Hexa,
mas não podemos perder nossa capacidade de olhar em frente, nos
amarmos, buscando forças para vencer, porém, somente com a
auto-estima positiva, seremos capazes de reconstruir nossa vida e
sermos plenamente felizes!
Maria do Rosário Martins da Silva é Mestre em Marketing, Professora
dos cursos de Graduação e Pós-graduação do Centro Universitário do
Leste de Minas Gerais – UnilesteMG e FIC/DOCTUM (Caratinga).
Consultora Externa do SEBRAE-MG. - Contato: e-mail:
zarinha@uai.com.br