Avaliando Sua Vida
Por Rosemeire Zago
09/03/2010
Se você encontrasse com um amigo que não vê há muito tempo o que
contaria sobre sua vida? O que aconteceu de significativo? Você
teria para contar mais problemas, decepções, frustrações, enfim,
faria muitas lamentações ou contaria muitas conquistas, crescimento,
mudanças? Ao pensar em sua vida, como a descreveria agora?
Pense nisso... E daqui para frente, o que espera que aconteça? Como
espera estar daqui a 5, 10 anos? E o que você está efetivamente
fazendo para alcançar o que deseja?
Se suas respostas foram baseadas em dúvidas, incertezas,
inseguranças, sempre com pensamentos negativos, duvidando que seja
capaz de conseguir algumas coisas que deseja, como espera conseguir
mudar sua realidade? O que está fazendo para mudar algumas situações
que dependem exclusivamente de você? Ou você está aceitando tudo,
conformado, pensando: já que está tudo ruim mesmo, o que mais posso
fazer?...
Saiba que é possível fazer muitas coisas para alcançar o que deseja,
desde que saiba o que quer, ou também poderá começar pelo que já
sabe que não quer.
Ao olhar para trás deve ter muitas experiências ruins, que não
deseja mais passar, mas que também trouxeram muitos aprendizados. O
que aprendeu de significativo em sua trajetória de vida?
Algumas pessoas olham para o passado e conseguem perceber as lições;
ainda que a custo de muito sofrimento valorizam o aprendizado, pois
conseguem aprender com a experiência passada; outras só se lamentam
sobre o corrido, repetindo o mesmo padrão por anos, sem aprenderem
absolutamente nada. Essas geralmente se colocam no papel de vítimas,
onde só conseguem se lamentar sem nada fazer para mudar. O que
deixou de fazer há 3, 5, 10 anos atrás e que até hoje está sofrendo
as conseqüências? Não terá sofrido o suficiente para perceber que
algo diferente deve ser feito? Mas o quê fazer? Isso somente você
poderá responder.
Quem sabe poderá começar pensando em ser mais flexível? Mais aberto
às mudanças? Ou você sofre da Síndrome de Gabriela, lembra-se? Eu
nasci assim, eu fui sempre assim, vou morrer assim... Você só
consegue pensar que não há mais como mudar, afinal, já se passaram
tantos anos? Você já se sente velho para aprender? Nada disso! Velho
é quem pára de aprender, não se atualiza, e hoje vivemos em
constante processo de mudança, quando pensamos em algo, já mudou!
Enquanto continuar acreditando que as coisas devem ser feitas sempre
da mesma maneira, possivelmente tudo continuará tendo o mesmo
resultado. É preciso estar em constante aprendizado, sair da zona de
conforto, aberto a mudanças, seja sobre o que for. Seja em relação
ao trabalho, à educação dos filhos, fazer a comida, se relacionar,
amar, enfim, tudo muda em fração de segundos e devemos acompanhar
esse processo se desejarmos evoluir, crescer; do contrário,
encontraremos estagnação, e muitas vezes sofrimento.
Você pode começar analisando algumas situações e que na correria se
esquece de dar uma paradinha para avaliar suas relações. Se hoje não
tiver tempo, reflita sobre isso no final de semana. Reserve uns
minutinhos para reavaliar seus valores, sua maneira de conduzir seus
problemas e principalmente como reage a eles, afinal, estamos nos
referindo à sua própria vida e não há nada mais importante do que
isso.
Responda a si mesmo às seguintes perguntas:
- O que tem feito por você?
- Tem dito não quando essa deve ser a resposta? Ou ainda continua
sempre querendo agradar a todos, fazendo tudo por todos?
- Você se esquece constantemente de suas necessidades?
- Tem tido momentos de lazer, tem feito algo para se divertir? O que
gosta de fazer e não faz há muito tempo?
- Há quanto tempo você não dá um sorriso, ou uma gostosa gargalhada?
- Como se sente em relação ao seu trabalho?
- E em relação à educação de seus filhos?
- E como está sua relação com seus pais?
- E sua relação afetiva, sexual, como está?
- Tem sido rígido consigo mesmo e com os outros?
- Tenta manter o controle sobre tudo e todos? Quando na verdade não
consegue ter controle nem sob suas emoções?
- Sente muito mais o abandono do outro do que o abandono que faz a
si mesmo?
- Está em constante busca de aprovação e reconhecimento por se
sentir sem valor?
- Está sempre se culpando do que acontece aos outros?
- Consegue perceber que muitas pessoas se afastam de você por
julgá-las e/ou criticá-las?
- Tem medo de perder a pessoa amada quando nem percebe que já perdeu
a si mesmo?
- Consegue identificar seus sentimentos ou está sempre em constante
movimento para não entrar em contato com o que está dentro de você?
- Está constantemente se frustrando por criar muitas expectativas?
- Tem se sentido triste, constantemente irritado, sem energia?
Analise com calma todas essas questões e reavalie sua vida, suas
relações. Procure responder a cada uma das questões acima, se
possível, escreva suas reflexões. As dúvidas, os medos, mágoas,
ressentimentos, culpa, frustrações, críticas, julgamentos, rigidez,
cobranças, são todos obstáculos ao crescimento. Transforme tudo
isso. Não, não há receita nem fórmula mágica, mas é certo que para
as mudanças ocorrerem depende muito mais de você.
Comece se observando mais, pensando sobre todas essas questões.
Cultive dentro de você a esperança, a fé, mesmo quando tudo parecer
estar perdido. É a harmonia consigo mesmo e com aqueles com quem
convive que lhe trará paz interior e preencherá seu vazio. É o amor
por si mesmo e o respeito por seus valores e sentimentos que o fará
se sentir uma pessoa de valor! E isso com certeza ninguém poderá lhe
dar, mas também ninguém poderá lhe tirar, é uma conquista
absolutamente sua e que com certamente fará toda diferença em sua
vida!
Depois de todas essas reflexões e prováveis mudanças, talvez a
história que irá contar quando encontrar um amigo seja bem
diferente. Eu espero sinceramente que seja!
Rosemeire Zago é psicóloga clínica, com abordagem junguiana e
especialização em Psicossomática. Desenvolve o autoconhecimento
através de técnicas de relaxamento, interpretação de sonhos,
importância das coincidências significativas, mensagens e sinais na
vida de cada um, promovendo também o reencontro com a criança
interior. Email: r.zago@uol.com.br