Capacitação é a solução
Por Rogerio Martins
07/10/2007
Relatório da Organização Internacional do Trabalho apontou que os
países desenvolvidos continuam na frente da lista dos mais
produtivos no trabalho. O destaque é que os países asiáticos e que
estão fora da união européia, como a China, Rússia, Bósnia e Irã,
estão em franca expansão neste sentido. O Brasil, na contramão deste
processo mundial, segundo a pesquisa, regrediu e piorou seus índices
de produtividade no trabalho. Ficamos atrás da Venezuela, Uruguai,
Chile, Argentina e próximos de Uganda. Os americanos mantiveram a
ponta com larga diferença entre os demais países que o seguem.
O aumento da produtividade é resultado principalmente de uma melhor
combinação de capital, trabalho e tecnologia.
O nível de vida num país depende também da produtividade, que mede
quanto um trabalhador produz por hora. Os lucros das empresas
crescem quando os empregados produzem mais por hora do que antes.
A falta de investimento nos trabalhadores através de formação e
capacitação, ou em equipamento e tecnologia, pode conduzir a uma
subutilização do potencial da mão-de-obra no mundo.
Diante disso fica claro que há muito a fazer. A começar pela
qualificação e capacitação dos trabalhadores.
Os índices de investimento em treinamento e capacitação técnica e
comportamental nos países desenvolvidos são, no mínimo, três vezes
superiores aos do Brasil.
Ainda encontramos no país empresários, comerciantes e empreendedores
com uma visão estreita no que se refere a investimento em educação e
treinamento profissional. Mesmo com a comprovação por meio de
pesquisas e estatísticas que reforçam a relação positiva entre
qualidade/produtividade e investimento em qualificação.
Outro fato é que não adianta somente preparar tecnicamente o
trabalhador. Oferecer-lhe educação primária, secundária ou superior,
especializações e MBA’s. O mundo corporativo requer pessoas também
qualificadas em relações humanas, gestão de pessoas, negociação,
comunicação interna e com os clientes externos, inteligência
emocional.
As relações comerciais se modificaram significativamente nos últimos
dez anos. Passamos de uma geração onde o cliente não sabia de seus
direitos e obrigações para uma nova geração de pessoas mais críticas
e ligadas a tudo que acontece. Saímos da máxima onde o cliente é rei
para o CRM.
Com isso, este mesmo cliente, trabalhador, empresário, comerciante,
profissional liberal teve de se adaptar a novas formas de
relacionamento e trabalho. Não há mais espaço para relações baseadas
no medo, no ganha-perde, na imposição. O momento atual requer
flexibilidade de atitudes, forte comunicação, ética, transparência,
ou seja, um relacionamento entre chefia-subordinado,
empresa-funcionário baseado na troca de mão-de-obra/conhecimento por
salário/emprego.
É preciso sair do paradigma que treinamento é despesa. No momento
que as empresas e seus diretores, presidentes, proprietários e
funcionários entenderem que a solução para o aumento da
produtividade passa pela capacitação técnica e comportamental de
seus funcionários, certamente sairemos desta vexatória condição de
sub-desenvolvidos e “improdutivos”.
A equação é simples: quanto mais investimentos em treinamento,
capacitação e tecnologia, melhores resultados, produtividade e
lucros.
Rogerio Martins é Psicólogo, Consultor de Empresas e Palestrante.
Especialista em Liderança e Motivação. Sócio-Diretor da Persona
Consultoria & Eventos. Autor do livro "Reflexões do Mundo
Corporativo". Membro do Rotary Club de SP Santana (Distrito 4.430).
Contato: artigos@personaconsultoria.com.br /
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