Castigo Resolve?
Por Eliane Pisani Leite
29/10/2008
Lembra-se quando nas escolas usava-se a palmatória, ajoelhar em
milho, etc. Graças a Deus tudo isso já foi abolido.
Com o avanço da Psicanálise, aprendemos que nada adianta reprimir
violentamente e que através de surras dificilmente a criança poderá
saber a diferença entre o certo e o errado sem traumas, medos e
raiva.
Um fator importante é a colocação de limites. A própria criança pede
limites, pois é uma das maneiras que ela encontra para obter
orientações de conduta e disciplina. Por essa razão é que as
crianças ficam testando os limites dos pais, para saber até que
ponto pode ir.
Existem situações, que mesmo com diálogo e limites a criança vai
precisar de uma atitude mais enérgica. Isso deve ser encarado com
naturalidade e não com culpa, como sempre acontece com os pais.
Neste casos o castigo pode ser bem vindo, desde não violento, pode
ser uma forma simples para acabar com atitudes indisciplinares.
Há necessidade de estabelecer regras de disciplina muito bem
definidas, desde de pequenos, como por exemplo: não bater no
irmãozinho; não gritar para falar; não desrespeitar os mais velhos;
não fazer birra ou teatro nos lugares públicos quando quer algo e a
mãe diz não, etc... Todos esses momentos podem ser controlados desde
que se tenha regras bem definidas, pois é muito complicado para uma
criança tomar atitudes e não Ter certeza se aquilo é permitido pelos
adultos.
O exemplo dos pais é muito importante, não adianta pedir ao filho
que não grite, se os pais tem por hábito agir dessa forma.
Toda vez que seu filho cometer algo errado é necessário que se forme
um paralelo entre a causa (o comportamento indesejado) e o efeito (a
consequência), assim a criança percebe que certos comportamentos
simplesmente não serão tolerados. Caso contrário, a criança poderá
começar a duvidar se vai mesmo ser castigado se cometer outros atos
que foram estabelecidos como incorretos.
Para que o castigo funcione é preciso conhecimento dos pais dos
limites e características da própria criança. Ou seja, o castigo
deve ser aplicado de acordo com aquilo que a criança é capaz de
fazer. Por exemplo, se uma criança não consegue parar quieta por
cinco minutos, não se pode esperar que no primeiro minuto do castigo
ela fique quieta. Tenha paciência, pois logo ela irá começar a se
conscientizar de que é necessário cumprir o castigo, e perceber que
não pode passar dos limites.
Eliane Pisani Leite - Autora do livro: Pais EducAtivos
Pisicologia Acupuntura Psicopedagogia - pisani.leite@terra.com.br