Com que Roupa eu Vou
Por Suyen Miranda
16/05/2008
Dizer que beleza interior só interessa a decorador é raso demais né?
Vamos falar a verdade: todo mundo olha como estamos vestidos, seja a
hora que for. E todo o tempo mostramos nossa história e cultura
através desta ferramenta.
Ah, mas e quem não tem muita escolha com suas roupas, seja por
parcos recursos ou obrigatoriedade de uniformes? O primeiro caso
também tem escolha, pois o que faz o conjunto não é só uma blusinha
ou cinto, é o todo + atitude, coisa que não exige grandes
investimentos. O segundo caso eu falo de cátedra por anos a fio
usando uniformes escolares, que parecem tão iguaizinhos...
Nada disso. Sempre tem algo para incrementar, seja um colar, seja
vestir do avesso (que no começo era resultado do soninho espichado
ao máximo antes de ir para a escola, mas depois virou uma forma
“rebelde”...) ou ainda estar superbempassada ou superbemamassada,
tem mensagem, tem proposta.
Mas muita gente que eu conheço me pergunta quanto a ter que usar
terninho, sapato de grife, pasta transada e bolsa combinando com o
cinto (não precisa disso, ok? É coisa de gente antiga andar
combinandinho). Enquanto consultora abordando a imagem, é certo que
o traje faz diferença e é melhor estar no padrão igual ou pouco
acima dos demais. O importante é não deixar o estilo, aquilo que é
só seu e dá o charme, ficar engessado por regras de como vestir.
O bom senso é a medida, portanto decotes e chinelinhos ficam de fora
do perfil profissional se você não trabalha na beira da praia. E
mesmo que seja bem despojado, que esteja com o visual bacana, ou
seja, roupa bem cuidada, com a sua marca pessoal.
E falando em marca pessoal, e misturando com a boa utilização dos
recursos, reparo em tanta gente que se queixa de não ter roupas
legais mas os armários estão entupidos de tanta tranqueira (o termo
é o que as pessoas usam para se referir às pobres roupinhas presas
no buraco negro que certos armários dispõem)... e a resposta destes
casos normalmente sai assim:
- ah, é que a maioria das roupas está apertada, engordei – portanto
nada mais prático, mande alargar ou passe adiante;
- ah, eu emagreci e está tudo enorme, vou guardar para quando
precisar – ok, baby, dentro de algum tempo vai engordar tudo de
novo, já vi...
- estas roupas eu comprei num rompante de consumo e quando eu coloco
lembro de como foi complicado pagar esta conta – ou seja, a roupa
virou “peça de cilício”, de punição, e fica no armário para
autoflagelação;
- sempre que eu coloco esta roupa dá tudo errado – neste caso nem
precisa dizer que demorou para passar adiante...
E tem mais um monte de respostas. Eu particularmente percebo que há
muito de posse das coisas, da dificuldade em deixar a energia
estagnada circular, dar espaço para o novo. Outro dia li umas dicas
que se aplicam a roupas e tem origem no famoso feng shui. Achei
muito prático e portanto compartilho com vocês:
- Um armário entulhado é certeza de nunca ter o que vestir. Peças
amassadas ou escondidas perdem a chance de uso. A primeira regra
para facilitar (e acertar) a escolha da roupa de todo dia é a
organização.
- Limpe os armários e tire roupas que entulham, liberando espaço
para o que realmente funciona. Decida, sem sentimentalismos, o que
pode ser guardado e o que deve ser eliminado. Se for impossível se
desfazer de alguma peça, mesmo que ela não seja útil, acondicione-a
em um espaço menos acessível do armário.
- Ao comprar uma peça nova, desfaça-se da similar gasta. O que não
vestiu nos últimos dois anos também pode ser eliminado.
- Roupas fora de estação devem ser guardadas em malas ou sacos
plásticos no vácuo.
- Elimine os modismos que passaram com a estação e privilegie no
armário o posicionamento dos clássicos ou das peças preferidas.
Roupa, para mim, traz mensagem, tem energia, assim como todos os
objetos que nos rodeiam. Neste ponto concordo integralmente com o
feng shui e outras correntes celtas que falam da energia e sinergia
das coisas conosco. Na dúvida, experimente usar aquela roupa, aquele
visual que você considera um sucesso nas ocasiões que queira, deseje
e precise se sentir muito bem. Poderá ser uma bússola bacana para
encontrar o seu estilo – meio que de fora para dentro, mas tudo bem!
Suyen Miranda é publicitária, jornalista, consultora em qualidade de
vida, pesquisa o comportamento humano nas sociedades e realiza
palestras motivacionais, treinamentos comportamentais e coaching,
com experiência internacional. Mais detalhes no site
www.suyenmiranda.com.