Competências Referenciais e Talentos
Por Maria Rita Gramigna
31/08/2007
O mercado está em franca transformação. Talvez mais uma revolução em
andamento, que só perceberemos daqui a alguns anos. Novos perfis
estão sendo exigidos e algumas profissões perdem seu lugar para
outras.
As competências exigidas para as novas funções ainda não estão
agregadas à experiência profissional. Há que se fazer um esforço
conjunto - empresa e empregado, para ajustar perfis.
McCauley, em 89 já previa a mudança de perfis profissionais e
elencou as competências que se tornariam universais.
AS DEZESSEIS COMPETÊNCIAS REFERENCIAIS
1. Ser uma pessoa de muitos recursos: saber adaptar-se a mudanças e
situações ambíguas, ser capaz de pensar estrategicamente e tomar
decisões acertadas mediante pressão; liderar sistemas de trabalho
complexos e adotar condutas flexíveis de resolução de problemas;
capacidade de trabalhar eficazmente com os superiores em problemas
complexos de gestão.
2. Fazer o que sabe: perseverar e se concentrar mediante obstáculos,
assumir, saber o que é necessário e seguir adiante; ser capaz de
trabalhar só e também aprender com os demais, em caso de
necessidade.
3. Aprender depressa: dominar rapidamente novas técnicas
4. Ter espírito de decisão: atuar com rapidez de forma aproximativa
e com precisão.
5. Administrar equipes com eficácia: delegar eficazmente, ampliar
oportunidades e demonstrar justiça ante seus feitos.
6. Criar um clima propício ao desenvolvimento: ampliar os desafios e
as oportunidades para criar um clima que favoreça o desenvolvimento
de sua equipe.
7. Saber lidar com colaboradores quando apresentam problemas : agir
com decisão e equidade quando tratar colaboradores com problemas.
8. Estar orientado para o trabalho em equipe.
9. Formar uma equipe de talentos: contratar pessoas com potencial
10. Estabelecer boas relações na empresa: saber como estabelecer
boas relações trabalho, negociar quando houver problemas, conseguir
cooperação.
11. Ter sensibilidade: demonstrar interesse pelos demais e
sensibilidade ante as necessidades de seus colaboradores.
12. Enfrentar os desafios com tranquilidade: apresentar atitude
firme, contrapor com base em dados, evitar censurar os outros pelos
erros cometidos, ser capaz de sair de situações constrangedoras.
13. Manter o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: estabelecer
prioridades na vida profissional e pessoal de forma harmoniosa.
14. Conhecer-se: ter a idéia exata de seus pontos fracos e fortes e
estar disposto a investir em si mesmo.
15. Apresentar bom relacionamento: manifestar-se afável e dar
mostras de bom humor.
16. Atuar com flexibilidade: capacidade para adotar comportamentos
que, a princípio, podem parecer opostos – exercer liderança e
deixar-se liderar, opinar e aceitar opiniões dos demais, etc.
Provavelmente, aqueles profissionais que buscarem incorporar estas
competências em seus currículos terão maiores chances de sucesso no
novo mercado que se abre.
Por outro lado, as empresas precisam investir no potencial de seus
colaboradores.
Um modelo de gestão que vem se firmando no mercado brasileiro e que
já compõe as práticas da quase totalidade das melhores e maiores
empresas americanas, citadas pela Revista Fortune é o de
COMPETÊNCIAS. Parte do pressuposto que as pessoas têm potencial
ilimitado e que, se desenvolvidos transformam-se em talentos.
Certamente, quando uma empresa seleciona os melhores profissionais,
já apresenta a vantagem de possuir uma fábrica de talentos em
potencial.
Consideração sobre profissionais de informática
A nova geração vêm se sobressaindo no campo da informática. Apoiados
por organizações que implantam projetos de incubadoras, estes jovens
estimulados por seu grande interesse e familiaridade com o
computador vêm se revelando e demonstrando seus talentos. Na maioria
dos casos partem para montar seus próprios negócios, financiados por
investidores que vêem nestes empreendimentos um futuro promissor.
A fuga de talentos.
Foi amplamente divulgada na mídia a notícia das vindas anuais da
equipe de Bill Gates a Recife (onde está situado um dos melhores
cursos de Informática do país) com o objetivo de contratar jovens
para o Vale do Silício.
Embora saibamos que ela é a profissão do momento (e não mais do
futuro), o empresariado brasileiro ainda não valoriza nossos
cérebros como deveriam. Daí a fuga de talentos para outros países.
Maria Rita Gramigna é Mestre em Criatividade Total Aplicada pela
Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Graduada em
Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada
em Administração de Recursos Humanos pela UNA – União de Negócios e
Administração (MG). Atua no Mapeamento de Competências, contatos
estratégicos com clientes, capacitação gerencial e treinamento da
equipe de consultores da MRG Consultoria e Treinamento Empresarial.