Depressão Infantil
Por Eliane Pisani Leite
26/07/2007
Pode parecer estranho imaginar que um bebê possa sofrer de
depressão, porém isso acontece e na maioria dos casos passa
desapercebido pelos adultos que o cercam.
Muitas vezes acontece o fato de encontrarmos um bebê apático, que
não responde aos estímulos do meio. Esses casos tornam-se um desafio
para os pediatras resolverem. Descartadas todas as hipóteses de
males físicos, só resta ao profissional o auxílio de um colega
especializado em Terapia Familiar. Quando o terapeuta inicia seu
trabalho, começam a surgir todos os entraves existentes dentro
daquele contexto familiar, como por ex.: uma mãe depressiva, que não
consegue estabelecer um vínculo afetivo desejado com o filho, e este
acaba por sofrer as conseqüências desse período conturbado da
relação mãe-filho.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um estudo onde
demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da
doença, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da
realidade brasileira, esse número cai para 10% segundo o psiquiatra
gaúcho Salvador Célia, presidente do Departamento de Saúde Mental da
Sociedade Brasileira de pediatria, afirma porém, que se não houver
intervenção médica, essas crianças são fortes candidatos a
tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida.
A observação da interação mãe-filho tem demonstrado que quando a
criança não tem oportunidade de estabelecer contatos físicos íntimos
e agradáveis, apresentam reações negativas tais como a recusa em
sugar, a perda de apetite, a regressão marcada por uma quietude
depressiva, a falta de interesse por tudo ao seu redor, sono pesado,
respiração irregular, rigidez muscular e problemas gastrintestinais,
tais como vômitos e diarréias.
Em crianças maiores, estas podem manifestar tristeza, falta de
prazer com as atividades e até sintomas físicos, como dor de cabeça
ou de barriga. Algumas são vistas como desajeitadas, pela propensão
à acidentes. A forma extrema de tais reações é um estado de letargia
no qual os reflexos corporais se deterioram e a criança não
demonstra interesse pelos estímulos ambientais.
A mãe torna-se uma fonte insubstituível de várias recompensas para a
criança.
As carícias, o aconchego do colo, o toque são experiências muito
importantes para o recém nascido, pois lhe garante prazer e
colaboram para que estabeleça um vínculo saudável com a mãe e
conseqüentemente com o meio.
Nem todos os bebês que sofrem restrições com a pessoa cuidadora seja
por desinteresse desta ou longos períodos de internação hospitalar
fadados a tornarem-se depressivos.
O vínculo pode ser reconstruído, se forem tomadas medidas rápidas.
Por outro lado também existem os pequenos resistentes, aqueles bebês
que conseguem tirar das experiências tristes a força para vencerem
obstáculos.
São vários os recursos dos quais os familiares podem se utilizar
para ajudar a restabelecer a saúde psíquica dos menores. São eles:
-Terapia familiar ou terapia mãe-bebê: realizado com profissionais
especializados em atendimento clínico familiar.
-Ludoterapia: é uma modalidade da Psicologia que visa o atendimento
terapêutico da criança através de atividades com brinquedos,
desenhos, pinturas. Modelagens e jogos.
-Massagens: a mais indicada é a Shantalla, trata-se de uma massagem
indiana, na qual foram constatados os benefícios terapêuticos que o
toque proporciona à criança. Esse método é facilmente encontrado em
livros, que demonstra passo a passo da técnica, geralmente é
utilizando óleos vegetais como os de amêndoas.
-Florais: são utilizados para equilibrar as energias. Porém a pena
ressaltar, que é sempre prudente seguir o tratamento com
profissional especializado, pois existe todo um estudo e método para
o acompanhamento do caso.
-Boa leitura: existe uma quantidade imensa de bons livros para uma
maternagem eficaz e mais esclarecida.
-Antidepressivos: nos casos de depressão já consolidada, é
imprescindível o acompanhamento médico psiquiátrico, como auxiliar
ao tratamento terapêutico psicológico.
O importante é que os pais estejam atentos aos comportamentos das
crianças, dessa forma podemos evitar maiores problemas, e
proporcionar uma vida saudável aos menores.
Eliane Pisani Leite - Autora do livro: Pais EducAtivos
Pisicologia Acupuntura Psicopedagogia - pisani.leite@terra.com.br