Dislexia: Definição e como tratar
Por Eliane Pisani Leite
10/02/2008


A Dislexia atinge pessoas em todos os países do mundo, numa proporção que varia de 6 a 15% da população, não sendo porém adequadamente identificada em muitos deles, dessa forma levando seus portadores, na maioria das vezes, a abandonarem os estudos, evitarem o convívio social e se submeterem a papéis sociais secundários, pela falta de compreensão de suas deficiências pelos pais, professores, educadores e pela sociedade como um todo.
Muitas vezes a criança apresenta condições intelectuais normais, porém poderá ler com deficiência e transformar ou deformar as palavras.
É comum o disléxico apresentar algum déficit no domínio da ação, da motricidade, da organização temporo-espacial, da capacidade de globalização no domínio do esquema corporal, na dominância lateral, podendo ser acrescentados distúrbios de atenção e da memória.
A má estruturação do espaço do disléxico manifesta-se no principio por dificuldade em situar as diversas partes de seu corpo, umas em relação às outras, as noções de alto, baixo, em frente, atrás e sobretudo, direita e esquerda são confundidas, o que no domínio da leitura, provoca confusão entre certas letras como p e q; d e b; u e n; p e b. Sendo que cada letra é percebida isolada e corretamente, mas as relações que a criança estabelece entre elas não são estáveis, dependem do sentido de deslocamento do seu olhar (esquerda-direita, ou vice-versa.
Pais e professores podem suspeitar da dislexia quando uma criança ativa e inteligente tiver dificuldade em ler, escrever e soletrar, podendo ela ser boa aluna em outras atividades.
Os sintomas variam de criança para criança, mas os primeiros indícios podem ser:
 Demora em aprender a falar, em fazer laço nos sapatos, em reconhecer as horas, em pegar e chutar bola, em pular corda..
 Dificuldade em escrever números e letras corretamente.
 Dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e sílabas de palavras compridas.
 Dificuldade de distinguir entre direita e esquerda.


Para diagnosticar a dislexia é necessário uma análise quantitativa e qualitativa das atividades motoras.
O diagnóstico geralmente é feito a partir do momento que a criança se alfabetiza (geralmente por volta dos 6 ou 7 anos), porém alguns profissionais hoje em dia fazem diagnóstico antes dessa idade.
O diagnóstico deve ser feito por profissionais especializados , que utilizarão várias ferramentas de trabalho no processo de avaliação.

TRATAMENTO

Para casos mais graves algumas vezes precisamos o acompanhamento médico, pois talvez seja necessário uso de medicamentos.
Na maioria dos casos o tratamento pode ser feito com profissionais dentro do atendimento clínico e acompanhamento escolar.
O trabalho clínico implica em usar recursos que trabalhem todos os sentidos.
Uma educação sensório-motora associado a recuperação na deficiência de processamento auditivo são fundamentais.

COMO OS PROFESSORES PODEM AJUDAR

No meu parecer uma das medidas que pode ajudar muito, é variar a maneira de apresentação da matéria.
A avaliação é algo que deve ser bem planejado, pois uma criança disléxica geralmente responde melhor à questões orais.
Valorizar o que foi aprendido qualitativamente é sempre melhor do que o que foi aprendido quantitativamente.

NOTA: É necessário um bom diagnóstico com uma equipe multidisciplinar e mesmo assim com pessoas sérias e com boa formação, pois hoje vejo muitas pessoas serem rapidamente diagnosticadas como Disléxicas, enquanto que na verdade apenas possuem problemas específicos, como por exemplo: Disgráfia, Disortografia, Discálculia, Dificuldades de Memória entre outros ou até mesmo emocionais.
Quanto ao tratamento se a Dislexia for predominantemente visual é indicado procurar um Psicopedagogo e se for auditiva, a indicação é o Fonoaudiólogo.

Eliane Pisani Leite
Psicóloga – Psicopedagoga – Acupunturista
Autora do livro: Pais EducAtivos
pisani.leite@terra.com.br
www.elianepisani.com