Distimia - Estado Crônico de Depressão
Por Jorge Antônio Monteiro de Lima
09/03/2007

Sinônimos e nomes populares: Transtorno distímico, neurose depressiva, depressão neurótica, neurastenia, transtorno depressivo de personalidade.
O que é?
A distimia é uma doença do humor, como a depressão, porém ocorrendo de uma forma crônica, com a persistência de tristeza por longo tempo (pelo menos dois anos), durando a maior parte do dia, na maioria dos dias.
O que se sente?
Além do humor triste de forma prolongada, a pessoa pode sentir o apetite aumentado ou diminuído, insônia ou muita sonolência, sensação de baixa energia e cansaço, baixa auto-estima, com pensamentos de não ter valor ou ser incapaz, apresentando ainda dificuldade em concentrar-se ou em tomar decisões, além de ter sentimentos de falta de esperança. Não necessariamente todos esses sintomas deverão estar presentes, mas muitos são comuns. Diferentemente da depressão, a distimia pode deixar o indivíduo com a sensação de que este é o seu jeito normal de ser, com dizeres como "sempre fui desse jeito ". Há, portanto, uma perda de autocrítica quanto à doença, o que, somado ao baixo interesse em várias áreas da vida, pode levar ao isolamento ou a uma vida limitada, com poucos relacionamentos sociais, inclusive dificuldades profissionais e familiares. Normalmente não há um período mais agudo da doença, com os sintomas sendo mantidos de uma forma estável durante anos. Contudo, é comum ocorrer a depressão propriamente dita em uma pessoa previamente com distimia.
Como se desenvolve?
A distimia freqüentemente começa cedo na vida, na infância, adolescência ou início da idade adulta, por isso facilmente confundindo-se com o jeito de ser da pessoa. Em crianças, muitas vezes expressa-se por irritabilidade e mau humor. Em adolescentes pode associar-se a isolacionismo, rebeldia ou abuso de drogas, além da irritabilidade.
Qual a importância de se tratar a distimia?
Comumente a pessoa com distimia não procura tratamento por esse problema. Porém, esta é uma doença freqüentemente associada a outras, como depressão, transtornos de ansiedade (principalmente transtorno do pânico), abuso de álcool e drogas e múltiplas queixas físicas (dores, por exemplo) de origem psicológica. Portanto, são pessoas que terminam por recorrer a vários tratamentos médicos, muitas vezes usando várias medicações, mas não tratando especificamente a distimia.
Como se trata?
A distimia em geral requer tratamento medicamentoso, com antidepressivos, e tratamento psicoterápico, de preferência associados.
A distimia para nós é vista analogamente como a famosa "água em pó" que para tomar precisamos adicionar água. Ano após ano a saúde mental inventa novos nomes para processos arcaicos visando uma falsa melhoria da área de saúde.
A distimia nada mais é do que um transtorno de humor uma depressão leve mal diagnosticada e tratada! Tanto é que seu tratamento em nada se diferencia do tratamento da depressão. Conforme o texto citado anteriormente um dos poucos crivos de diferenciação entre a depressão são a ausência de crises agudas, que podem ocorrer casualmente o que em nada modifica o tratamento ou a distinção justificando a criação de um novo nome para um estado de uma patologia.


Jorge Antônio Monteiro de Lima é pesquisador em saúde mental, Psicólogo e musico Consultor de Recursos Humanos Consultoria para projetos de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais email: contato@olhosalma.com.br - site:www.olhosalma.com.br