Envelhecer é Uma Arte
Por Eliane Pisani Leite
30/07/2007
Componentes genéticos e ambientais se confundem, se somam e se
multiplicam em desajustes que levam o indivíduo ao envelhecimento e
à morte.
Cientistas e estudiosos entenderam que se deva atacar o processo de
envelhecimento de forma global. Por volta dos 50 anos é comum se ter
aumento de ácido úrico, colesterol e concentração de açúcar no
sangue. Neste exemplo o combate aos efeitos colaterais deve ser
global a fim de prevenir efeitos deixados pelos fatores não
trabalhados.
Quando estamos envelhecendo, parece e de fato vamos perdendo altura
porque os espaços entre as vértebras se comprimem e as células vão
perdendo sua capacidade de se renovar.
Para a Medicina Tradicional Chinesa um dos desencantos desse
processo é o enfraquecimento dos rins, uma vez que não conseguem
mais tonificar os órgãos e levar água suficiente à todas as partes
do corpo.
Quando ainda somos jovens, os pulmões estão em pleno “vapor” na sua
capacidade de expansão. Depois dos 70 anos eles têm um terço dessa
força. Como o organismo não é mais o mesmo há o risco de uma simples
gripe se transformar numa pneumonia. Já dizia um ditado chinês “Quem
planta limão, colhe limão”. Em vista desses fatores está a
importância de semear um “estilo de vida” saudável.
Os hábitos diários para melhorar a qualidade de vida devem ser
instalados bem cedo na vida das crianças, começando pela
alimentação, exercícios físicos e diminuição ou “controle” do stress
prejudicial à saúde. Como diz em seu livro o empresário Abílio
Diniz, “regras existem para todos, mas poucos fazem uso”.
O embate entre as opressões do cotidiano e as necessidades pessoais
tornou-se um problema tão crítico que se converteu em foco central
da atenção de psicólogos e especialistas. Para evitar o caos é
necessário criar uma zona de proteção, onde aparentemente estaríamos
perdendo “coisas” ou “informações” do mundo moderno mas por outro
lado estaremos ganhando em benefícios de qualidade de vida.
É importante o ser humano aprender a se disciplinar em reservar um
tempo para si mesmo, fazendo o que gosta, como por exemplo meditar,
ler, ou fazer uma auto-análise em busca de seu auto conhecimento.
Pense numa paisagem com um lago onde você lança uma pedra na água,
no mesmo instante criam-se círculos em torno dela e esses círculos
vão se multiplicando e aumentando, assim acontece com sua saúde
quando você não exerce sobre sua vida disciplina e ordem. Fatores
stressantes externos vão se multiplicando dentro de você e antes que
perceba já está num poço transbordando em problemas.
Atualmente os projetos sociais têm ganhado vários adeptos em todos
níveis sociais, isto se deve ao fato das pessoas estarem
introspectivas e reflexivas sobre a real finalidade da vida e nessa
busca interior compreendem e se engajam no processo de ajudar a
terceiros, com isso atingindo sensações de bem estar que a atitude
da generosidade pode alcançar. Esta também é uma atividade
anti-stress e que proporciona prazer.
Meditar é a melhor porta de entrada para o aperfeiçoamento pessoal.
Siga estes passos:
1 – Escolha um local tranqüilo;
2 – Sente-se de forma confortável e relaxe, prestando atenção na
respiração;
3 – Preste atenção em algum som agradável e não deixe dispersar a
atenção;
4 – Preste atenção em algum objeto. Quando conseguir esvazie a mente
e se concentre apenas no objeto ou na respiração, assim estará
meditando.
A alimentação é de fundamental importância à saúde física e mental.
Existe uma linha de estudiosos que pregam: “Você é o que você come”,
trocando em miúdos, isso significa que para ter uma vida com
qualidade, você deve fazer uma boa escolha a cada alimentação. O
conhecimento do valor calórico e tabela nutritiva dos alimentos pode
contribuir na hora da decisão, embora o ideal seria consultar um
especialista, pois cada tipo orgânico tem um perfil próprio de
metabolizar os alimentos.
Por muito tempo, a medicina foi essencialmente curativa,
centralizando-se no indivíduo.Mais recentemente, os conceitos de
medicina comunitária e de saúde pública proporcionaram-nos um
enfoque mais amplo, levando em conta as necessidades de prevenção e
tratamento ao nível do grupo social. A saúde familiar oferece hoje
uma dimensão intermediária mais fácil de abranger do que a saúde
pública. Em primeiro lugar, a família apresenta um aspecto negativo,
de saúde: a doença de um dos membros faz sofrer ou ameaça a saúde de
todos os membros da mesma. Pensa-se aqui, como é natural, nas
doenças contagiosas, nas infecções parasitárias que passam com tanta
facilidade de um para outro membro familiar, graças à intimidade da
vida em comum. Mas é preciso não esquecer as doenças genéticas, a
pobreza, a miséria e a ignorância dos pais que tantas vezes impede
que filhos de outra forma normalmente constituídos e dotados se
desenvolvam plenamente. Pensa-se também nas repercussões
psicológicas e sociais, para toda a família, de uma doença crônica e
de uma deficiência incapacitante de um dos pais ou dos filhos:
lamentável exemplo é dado pelo alcoolismo paterno.
Felizmente, existem dois aspectos positivos: pais sadios e unidos,
crianças desejadas, estimuladas desde a tenra idade, criadas e
educadas em conjunto com a ajuda das gerações precedentes,
protegidas dos perigos que ameaçam sua saúde, mas alertadas desde
cedo sobre sua responsabilidade social nesse campo.
Já estamos habituados em receber constantes estímulos, tais como:
“Exercite-se”, “Esporte é saúde”, mas nem sempre lhes damos o devido
valor e cada vez mais nos afastamos de uma condição natural de
conservar nossa saúde.
A preocupação existe em relação ao comodismo do homem diante do
avanço tecnológico com a necessidade real que o homem tem de se
mexer, de usar suas capacidades físicas para que nenhuma delas se
atrofie. Nosso corpo nos dias de hoje se vê reprimido e atrofiado em
nossa civilização tecnológica, nossas atitudes que são impostas por
atividades reguladas e pré-determinadas. Perdendo a consciência do
que seja o nosso corpo e do dinamismo que nele existe, conhecendo
sua simples aparência, nós o reduzimos a um mero instrumento de
sobrevivência. Temos que tomar uma atitude, mobilizar nosso corpo
para ir além dos movimentos cadenciados da vida cotidiana. Temos que
fazê-lo reconhecer-se no espaço fazendo-o recuperar a perdida,
plasticidade.
Através do nosso corpo somos determinados nas situações temporais e
espaciais em que nos encontramos. A expressão corporal inclui todas
as formas do dinamismo vital, é a realidade concreta por intermédio
da qual o homem habita o mundo.
Nosso corpo é dotado de qualidades como a força, a resistência, a
velocidade, a coordenação, o equilíbrio e a agilidade, que se não
forem desenvolvidas podem atrofiar-se e com elas extingue-se o bom
estado físico do organismo.
Durante a infância, o exercício físico visa o desenvolvimento das
habilidades corporais. Na idade adulta, visa manter e melhorar o
funcionamento dos órgãos, aumentar o poder do coração e dos vasos
sanguíneos, o valor funcional do aparelho respiratório, a precisão e
eficácia dos movimentos e, pelo conjunto desses meios, assegura a
saúde.
Entre os exercícios mais saudáveis encontra-se a caminhada que reúne
a vantagem especial de poder controlar o esforço de acordo com as
condições físicas de quem o pratica. A natação favorece a respiração
profunda a equitação desenvolve o senso de equilíbrio.
O “stress” ou tensão emocional como fator de risco para o
aparecimento da doença coronária é indiscutível. Ao contrário do que
se imagina o índice de stress infantil subiu assustadoramente nos
últimos tempos, com a agitação da vida moderna, a disputa no mercado
de trabalho, que cada vez oferece menos oportunidades, tem feito com
que os pais se empenhem mais na educação dos filhos adotando medidas
cada vez mais stressantes, como por exemplo cursos de línguas,
cursos extras de matérias escolares para aprimoramento e uma
infinidade de estímulos para desenvolver raciocínio, memória entre
outras habilidades. Com tantas ocupações estaremos tirando cada vez
mais da criança o direito de viver plenamente sua infância e
acelerando fatores de envelhecimento.
Uma vida regrada, porém com prazer só trará conseqüências positivas
para o futuro.
Estamos nos distanciando cada vez mais dos pequenos prazeres do
cotidiano e cegamente aceitando as condições externas que nos são
impostas pela sociedade caótica em que vivemos. Será que não está na
hora de parar e fazer uma análise profunda sobre aquilo que fazemos
e aquilo que nos são impostos a fazer em função de atender
interesses sociais contrários às nossas reais necessidades
individuais
Nesse caminhar cego e cada vez mais introspectivo, acatamos sem
questionar novos impostos, novos produtos de consumo, novas regras
de como estar na moda, como ter o padrão de beleza que a mídia está
impondo no momento. Na minha opinião estamos nos tornando uma massa
comandada pelo externo que se dirige onde as setas externas
indicarem, sem questionar, sem sentir e o pior SEM PENSAR.
Eliane Pisani Leite - Autora do livro: Pais EducAtivos
Pisicologia Acupuntura Psicopedagogia - pisani.leite@terra.com.br