Escala de Valores
Por Dill Casella
10/11/2006
Tente imaginar-se organizando a “vitrine”, ou mesmo a “sala de
troféus” da sua vida. Lembre-se de detalhes de sua infância, da
adolescência, juventude, início da carreira profissional, início da
vida amorosa...Quais “produtos ou conquistas” seriam colocadas nos
lugares superiores?
É claro que os “valores da sua vida” foram sendo substituídos por
outros com o passar dos anos, com alterações da sua vida econômica,
questões regionais, sociais e de maturidade, não é mesmo?
Tente, por exemplo, abordar uma criança de 4 anos que esteja
entretida com seu brinquedo predileto e propor a troca do mesmo por
uma escritura de imóvel. OK, ela é uma criança, no entanto, naquele
momento, seu brinquedo vale muito mais do que qualquer outra oferta.
Convença um adolescente a dormir cedo, não ir à “balada”, não ficar
no MSN ou Orkut, etc. para focar na construção de sua futura
carreira. Lógico que ele sabe da importância de sua futura carreira,
mas, naquele momento, ele está sofrendo tamanha transformação,
tamanha “erupção hormonal” que outras situações acabam sendo
priorizadas (ainda bem!!).
A escala de valores pode variar do mundo tangível, material para um
mundo virtual, cultural, de experiências e vivências. Soube
recentemente a história de um office-boy que comprou uma “camiseta”
da marca Diesel em 12 PRESTAÇÕES!! Um ano para pagar uma camiseta!!
Para ele, ter a tal camiseta é prioridade em sua escala de valores!!
Conheço pessoas que não trocam de carro há alguns anos, no entanto,
programam-se para “banhos culturais” no exterior a cada dois anos!!
Outros têm fome de informação, de falar com pessoas
interessantes...Até nos relacionamentos (principalmente!!) a escala
de valores precisa ser considerada, compartilhada, planejada a dois
e objetivada!!
No mundo corporativo, é muito comum aquele quadrinho na entrada da
empresa com missão, visão, valores...Estão claros os valores para
todos (funcionários, conselho de administração, alta direção) ou
aquilo é puro modismo ou formalidade para a ISO?
Se não é uma coisa consciente, tenho absoluta certeza da existência
da escala de valores no subconsciente de todas as pessoas e ela pode
sofrer influências de uma série de fatores externos. Ou o que
explica o fato de o Sul da Bahia e Paraty (RJ) acolherem tamanha
quantidade de ex-executivos nacionais e estrangeiros? O que os levou
a deixar os valores corporativos tão enraizados até então?
Já pensou na SUA escala de valores?
No excelente livro do Dr. Drauzio Varella (“Por um Fio”), uma
passagem marcou para sempre a minha vida. Trata-se de um momento, em
que ele está visitando um executivo, já com um estágio bastante
avançado de um tumor. Tudo era impressionante em sua casa: desde as
duas Mercedes na garagem, decoração, equipamentos tecnológicos e um
detalhe: o quarto em dois níveis, separados por três degraus.
Durante a visita, um rapaz que trabalhava para o executivo, após ser
orientado de seus afazeres e com algumas contas na não, saltou os
três degraus em direção à porta. Tal gesto, tão comum para a maioria
das pessoas, provocou o seguinte comentário do executivo: “Daria o
que tenho para dar um pulo desses...”.
Dill Casella (www.dill.com.br) é Engenheiro Civil, pós graduado em
Marketing, especialização em Desenvolvimento Gerencial e
Empreendedorismo pela FDC e Practitioner pela SBPNL. Com mais de 15
anos em cargos de liderança de empresas de primeira linha, realiza
palestras em vendas, atendimento ao cliente, liderança e motivação.
Também é compositor, músico, escritor e ator amador.