Especificação da Ansiedade
Por Jorge Antônio Monteiro de Lima
16/07/2010

Nossa proposta aqui não é diagnosticar um quadro clínico de um paciente específico, pois isto é impossível através de artigos. O diagnóstico requer uma análise por um profissional habilitado ligado a saúde mental, que para diagnosticar deverá ter presente o paciente. Nossa intenção é a de orientar as pessoas informando sobre os principais sintomas presentes em diversas patologias.

Pela observação dos sintomas abaixo, levando se em conta:

1 O grau de intensidade dos sintomas;
2 A duração dos sintomas;
3 A dinâmica psíquica e física;
4 O grau de fixação dos sintomas;

Estes são alguns dos critérios que utilizamos em consultório para avaliar a situação de um paciente frente a uma determinada patologia.

Somamos a isto o histórico de outras patologias, a história de vida (social, afetiva, familiar,
pessoal ), a análise do inconsciente, uma avaliação da clínica - geral,...

Para nós cada caso é um caso. Devemos levar em conta que no surgimento de vários sintomas de forma que você comece a ter problemas, você deverá procurar um especialista de sua confiança. A avaliação pessoal sempre será indispensável.

Especificação da ansiedade:

Nome: Ansiedade generalizada
F41. 1 - 300.02 - Ansiedade Generalizada
(Inclui Transtorno de Excesso de Ansiedade da Infância)

Nomes populares: ansiedade, inquietude, irrequieto, angústia (muito embora tal emprego popular seja inadequado), nó na garganta.

Principais sintomas:

- Estresse;
- Neurose ativada - dificuldade em mediar a vontade do Eu (ego) com as demais instancias da personalidade e as situações da vida.
- Esgotamento nervoso;
- Esgotamento físico;
- Stress;
- Dificuldade em administrar afeto, tempo e realidade;
- Nervosismo e irritabilidade acentuados;
- Apatia e cansaço profundo;
- Somatização - criação de sintomas físicos sem fundo orgânico justificável;
- Dores físicas sem origem específica (geralmente decorrentes da tensão nervosa-especialmente a dor de cabeça e dor no pescoço);
- Compulsão (incluindo todos os transtornos alimentares: obesidade, anorexia nervosa, bulimia, dismorfia);
- Persecutoriedade (mania de perseguição);
- Presença de idéias fixas (por vezes com alta intensidade beirando a obsessão/ mania);
- Sistema imunológico abalado-surgimento de diversas patologias como:
problemas circulatórios,
problemas gástricos, infecções, problemas de pele,...
- Dificuldades para dormir ou relaxar;
- Insatisfação com a vida;
- Agitação desnecessária;
- Sentimento de inadequação;
Falar de ansiedade sugere um problema genérico não específico que pode migrar a diversos outros quadros patológicos específicos como fobias, episódios depressivos,...

Prognóstico: A ansiedade associa se diretamente a estrutura de personalidade de um indivíduo. O paciente pode encontrar sua cura caso desenvolva um profundo trabalho de reestruturação de sua personalidade, de seus hábitos e estilo de vida e para tal faz necessário um mergulho na vida psíquica do paciente por meio de uma análise ou de uma psicoterapia profunda.

Todo prognóstico (evolução da doença) depende de:

- do enfoque e acompanhamento terapêutico;
- da forma em que o paciente conduzir seu processo;
- do apoio e suporte familiar quando possível;

Nós profissionais de saúde somos responsáveis por 50% da evolução clínica de um paciente. Na maior parte das vezes somos orientadores e acompanhantes de todo um processo terapêutico. Os outros 50% para um êxito dependem da vontade do paciente em melhorar.

Prognóstico quando não tratada a doença:
A ansiedade tem alta carga cumulativa migrando de um estado patológico a outro (por exemplo, de uma compulsão alimentar a um quadro de insônia acentuada) com enorme facilidade. Por si só a ansiedade não mata, mas agrava de forma irreversível um quadro patológico (por exemplo, uma complicação pulmonar, uma cardiopatia) agravando o quadro clínico de forma irreversível. A carga cumulativa da ansiedade também migra com facilidade a dependência química de medicações, drogas ilícitas, e a toda sorte de vícios. Também gera e intensifica quadros como a depressão, fobias, transtorno de pânico, outros transtornos, doenças somatomórficas, com alto comprometimento orgânico.

Geralmente pacientes com alta ansiedade tendem a manifestar sobre tudo quadros ligados ao apetite, gastrites nervosas e úlceras (em casos mais acentuados transtornos alimentares - obesidade, anorexia, bulimia).

Outro aspecto comum a quem manifesta alta ansiedade são os transtornos de sono a hipersônia (dormir muito) ou a insônia (dormir pouco). Isto gera o descontrole e o desequilíbrio do humor agravando ainda mais o quadro da ansiedade.

Dores físicas são comuns em todo corpo variando em cada indivíduo, geralmente com a remissão do sintoma a medida em que a ansiedade é controlada e o paciente submeta se ao tratamento da forma correta.

Em alguns pacientes é comum o surgimento de dificuldades respiratórias (falta de ar) e ou a
"pressão no peito". Comumente associa se tal questão a alergias, asma, bronquites quando o paciente já apresenta tal patologia.

Formas de tratamento:
O uso de medicamentos não irá resolver o problema de uma alta ansiedade na vida de um paciente. Faz se necessário a reestruturação da forma de vida com a busca de uma maior qualidade de vida. Medicamentos vão auxiliar em crises de ansiedade mais intensas por períodos específicos.
Medicamentos auxiliam o tratamento da ansiedade de uma forma sintomática. Se um paciente não modificar sua própria vida, seus hábitos, e apenas tomar medicamentos, assim que ele parar com os remédios os sintomas vão retornar, o que a médio prazo pode tornar se um ciclo vicioso gerando a dependência física e psíquica pelo hábito da
ingestão de ansiolíticos e calmantes.

O uso de medicamentos em casos de ansiedade deve ser rigorosamente feito com o acompanhamento de um médico com total cautela.

-Medicação:
Alopáticos em casos mais graves com remédios controlados como ansiolíticos e calmantes;
Homeopatia, acupuntura e fitoterapia em casos de ansiedade de menor intensidade;

-Análise e psicoterapia de base humanista. é de vital importância que um tratamento em psicoterapia trabalhe com o inconsciente de um paciente, com seus instintos, com a reestruturação da personalidade, com a tomada de consciência caso o tratamento seja feito de forma mecânica e superficial o paciente piorará de forma significativa migrando sua doença a outro estado patológico, o que ocorre com muitos pacientes que se tratam com
abordagens superficiais ou mecânicas.

-Atividade física: o melhor tratamento para ansiedade constitui a atividade física acompanhada por educadores físicos habilitados na área de saúde. Um programa bem desenvolvido de condicionamento tenderá a corrigir questões hormonais básicas diminuindo a ansiedade de um paciente.

Tipos de medicação:

Ansiolíticos e calmantes

Estes dois tipos de medicação devem ser acompanhados por médicos altamente qualificados por seu grau de tolerância e dependência. Em especial nos casos de medicação controlada. Por serem remédios que atuam no sistema nervoso isto gera uma subjetividade intensa em um tratamento.

Profissionais habilitados ao tratamento:

- Médicos: clínica geral psiquiatras, homeopatas, acupunturistas e fitoterapeutas
- Analistas e Psicólogos clínicos com formação humanista;
- Educadores físicos: com especialidade em tratamento de saúde.

O papel da análise:

A ansiedade e seu tratamento denotam uma profunda modificação na estrutura da personalidade de um paciente. O tratamento envolverá mudanças radicais nos hábitos de vida, em sua distribuição.

A ansiedade liga se diretamente a um Complexo ativado que ganha autonomia na psique de um paciente. Isto deverá ser trabalhado no inconsciente do paciente, caso contrário o paciente tenderá a migração de um sintoma a outro.

Alem disto faz parte do trabalho da análise a reestruturação da personalidade, a retirada do estado neurótico, a integração dos aspectos negativos da personalidade e sua reelaboração.

Como a etiologia da ansiedade é muito subjetiva variando de cada caso, o analista deverá procurar os aspectos singulares que levaram ao surgimento da doença e os tratar e forma profunda.

Vale a pena reforçar que é de vital importância que no tratamento em psicoterapia trabalhe com o inconsciente de um paciente, com seus instintos, com a reestruturação da personalidade, com a tomada de consciência caso o tratamento seja feito de forma mecânica e superficial o paciente piorará de forma significativa migrando sua doença a outro estado antológico, o que ocorre com muitos pacientes que se tratam com abordagens superficiais ou mecânicas.

Uma boa parte dos casos de ansiedade que hoje existem devem se a um profundo processo e inadequação psíquica no qual a base é a insatisfação com a própria vida. O distanciamento com a auto-realização (processo de individuação).

Em um mundo no qual indivíduos tornam se com freqüência pessoas insatisfeitas com a própria vida. O distanciamento com a auto realização (processo de individuação).

Neste sentido uma análise busca auxiliar um paciente a se reencontrar, a buscar seus sonhos de forma sustentável, a se equilibrar e a reafirmar sua identidade até para lidar com as dificuldades da vida.

A análise é a jornada da alma atrás da consciência e seu uso no tratamento da ansiedade é vital.


Jorge Antônio Monteiro de Lima é pesquisador em saúde mental, Psicólogo e musico Consultor de Recursos Humanos Consultoria para projetos de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais email: contato@olhosalma.com.br - site:www.olhosalma.com.br