Idéias fixas e ansiedade
Por Jorge Antônio Monteiro de Lima
06/09/2010
Na depressão as idéias fixas são presentes principalmente pelo
negativismo, ou seja tudo está ruim, as coisas não vão dar certo,
estou mal,... isto associa se a condição neurótica da própria
patologia em que o Ego (Eu) está debilitado incapaz de reagir, o que
é profundamente aumentado pela baixa da auto- estima.
No caso de pânico as idéias fixas tendem a beirar a questão do medo
de passar mal ou de morrer, o que também conduz a mesma fragilidade
de Ego.
Nestas doenças tentar determinar o fator etiológico da idéia fixa é
impossível em termos gerais. O que irá reger todo este processo será
a subjetividade imposta pela afetividade o que tornará cada caso
singular e único.
O tratamento de idéias fixas será por meio de técnicas de
relaxamento( vide o nosso Cd), concentração e da integração deste
conteúdo presente na idéia fixa por via do simbólico e de sua
assimilação pela personalidade. Isto se dá junto com o reforço de
Ego e de toda sua reestruturação que é extremamente bem desenvolvido
pela escola analítica de C. G. Jung.
Todavia vale ressaltar que há uma ligação direta entre a ansiedade e
as idéias fixas por causa do que Jung postulou no passado como
Complexos. Estes são conjuntos de idéias carregadas afetivamente.
Quando um paciente é tomado por um Complexo autônomo , este
mobilizará toda carga da energia psíquica para si. Por vezes as
idéias fixas são apenas manifestações destes Complexos, apenas um
sintoma de algo mais profundo que precisa ser confrontado.
Como exemplo vou citar um caso de um paciente que teve bulimia. A
base de todas as suas crises era a alta ansiedade, que gerava a
compulsão alimentar e desaguava na vontade de vomitar pela culpa de
ter tido um hábito alimentar voraz. Ao tratarmos o referido rapaz
que em seu passado havia sido um obeso, percebemos que em tudo na
vida ele era voraz. E isto o retirava fora de si. Ele era tragado
por seu ímpeto, sua voracidade que manifestava se em tudo de sua
vida. Assim tal rapaz quando entrava em uma compulsão de sexo,
mantinha relações com várias prostitutas em uma única semana
gastando mais de 4 mil reais( 2006) cerca de 3 vezes o que ganhava.
Critério de seleção algum usava, apenas o prazer pelo prazer.
Ao trabalharmos seu conteúdo inconsciente de modo mais intenso
esbarramos com a questão de uma tremenda inferioridade que atuava
como um complexo independente. Esta força deste complexo neste
paciente gerava todas as compulsões, por uma alta ansiedade na busca
de compensar o que ele não achava que tinha, o mecanismo de sua
voracidade. Tal rapaz após dois meses de tratamento diminuiu sua
compulsão em quatro meses houve a remissão dos sintomas e com um ano
de tratamento recebeu alta.
Jorge Antônio Monteiro de Lima é pesquisador em saúde mental,
Psicólogo e musico Consultor de Recursos Humanos Consultoria para
projetos de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais
email: contato@olhosalma.com.br - site:www.olhosalma.com.br