A Janela de Johari
09/06/2007
A janela enfoca a questão do Relacionamento Interpessoal, baseado
nas descobertas de JOSEPH LUFT & HARRY INGHAM , dois cientistas
sociais (um psicólogo e outro psiquiatra) que se dedicaram a estudar
as questões pertinentes ao comportamento humano e seus reflexos,
representadas em uma janela de quatro vidraças.
É um modelo conceitual ou perspectivo para uma visão do
relacionamento interpessoal. Com os quatro quadrantes de uma janela
pode-se ver como as pessoas se relacionam em grupos. A dinâmica do
relacionamento interpessoal faz esses quadrantes se moverem
(aumentando e diminuindo) principalmente após respostas aos
estímulos (feedback) que recebemos ao nos relacionarmos em grupo.
Estes, por sua vez, nos ajudam a compreender uns aos outros. Os
quadrantes, sendo observados em termos de coluna e barra, podem
diferenciar-nos do grupo. A primeira coluna contém aquilo que
sabemos a nosso respeito. A segunda coluna contém aquilo que não
sabemos a nosso respeito. A primeira barra contém o que os outros
conhecem a nosso respeito. A segunda barra contém aquilo que os
outros desconhecem a nosso respeito. Estes quadrantes, sendo
observados particularmente, são definidos em Arena, Mancha Cega,
Fachada e Desconhecida.
Tipos de Quadrantes
• Arena (ou área livre) é o primeiro quadrante, mostra o que é
conhecido de nós próprios e dos outros. Parte fundamental do
relacionamento pois é o que somos capazes de mostrar
conscientemente. Ela se abre a medida que a confiança e verdade
aumentam. Informações pessoais são compartilhadas. É a troca livre e
aberta de informações. Exemplo: Quando se conversa com um amigo
sobre algo particular, um desabafo relatando fatos. O aumento dessa
arena é considerável, pois há sinceridade.
• Mancha Cega, quadrante na parte superior direita, representa o que
não percebemos de nós mesmos mas que os outros percebem. Parte que
mostramos inconscientemente. Exemplo: Nossos tiques, verbalizações,
estilos. O feedback para este quadrante é essencial pois só com eles
podemos descobrir melhor nossa mancha cega.
• Fachada (ou área oculta), quadrante inferior esquerdo, é o que
conhecemos de nós mesmos mas não revelamos, nossa parte secreta.
Desconhecido do grupo pois ocultamos para evitar feedback que não
gostaríamos de receber, ou julgamentos que possamos receber ao
revelarmos sentimentos, reações, pensamentos. Mas, se não assumirmos
certos riscos, nunca descobriremos quais seriam as possíveis reações
alheias. Exemplo: Nossas habilidades natas, ou conhecimentos que
adquirimos e de certa forma ocultamos ou apenas usamos
disciplinadamente. Isso pode caracterizar o egoísmo quando queremos
controlar ou manipular ou outros. Geralmente os chefes não revelam
táticas e pensamentos por estratégia própria.
• Desconhecido (ou ignorado), parte inferior direita, é a parte
desconhecida de nós e dos outros, nossa parte inconsciente. Este
quadrante é de nossas motivações inconscientes, áreas inexploradas.
Exemplo: Nossas habilidades latentes e recursos por descobrir que
possam ser decorrência da primeira infância.
Considerações Finais
A janela de Johari é dinâmica e sua movimentação é variada
principalmente a partir dos feedbacks e da auto-exposição. Dizem que
o feedback para ser efetivo precisa ser pedido pela própria pessoa,
nunca imposto. Deve ser oportuno e adequado nunca num momento de
explosão ou raiva intensa. Mas também requer uma confirmação de sua
interpretação pelo(s) interlocutor(es). É importante ter consciência
de que muitas vezes transmitimos informações (feedback) irrelevantes
para as pessoas. Aplicável e específico: não se deve "atirar coisas
ao ar" sem especificar o que elas querem dizer. Devemos ser neutros
sempre que possível, desprovidos de julgamentos ou interpretações
subjetivas. Os feedbacks não são somente compostos pelo que se diz,
mas também por entonação, postura etc.
A Janela de Johari pode ser usada para qualquer tipo de relação
interpessoal, principalmente em grupos. Quando as condições para o
feedback são respeitadas e bem usadas a janela nos ajuda a
compreender os outros e principalmente nós mesmos.