Maximização do Potencial das Equipes x Quadratividade Cerebral
Por Maria Rita Gramigna
20/09/2007
Compreender o comportamento das pessoas e buscar as fontes geradoras
de suas ações é fundamental no gerenciamento de equipes.
No último século profissionais e pesquisadores contribuíram
sobremaneira neste sentido. Uma das grandes descobertas que
enriqueceu tais pesquisas originou-se da neurofisiologia.
Ned Herrmann, um dos estudiosos do funcionamento do cérebro,
apresenta a teoria da quadratividade cerebral em seu livro “The
Creative Brain” (1989).
De acordo com o autor, as escolhas pessoais relativas à profissão e
a própria conduta na vida sofrem grande influência das tendências
hemisféricas.
Através de seus estudos, constatou que as funções cerebrais são
diferenciadas e provocam tendências no comportamento das pessoas.
Partindo do princípio de que as pessoas têm mais facilidade para
atuar sob o domínio de um dos dois hemisférios – esquerdo ou direito
– e que quando agem, além desta tendência, a parte superior ou
inferior do cérebro é estimulada, o resultado apresenta-se em quatro
formas preferenciais de ação. Daí, a expressão quadratividade
cerebral.
O quadro a seguir traz um resumo das idéias de Herrmann sobre a
quadratividade.
HEMISFÉRIO SUPERIOR ESQUERDO
É o responsável pela ação racional e quando acionado:
Analisa
Quantifica
Usa a lógica
Critica
Administra, planeja.
Compreende o funcionamento das coisas.
HEMISFÉRIO SUPERIOR DIREITO
É o responsável pela ação experimental e quando acionado:
Infere
Imagina
Especula
Assume riscos
É impetuoso
Rompe regras
HEMISFÉRIO INFERIOR
ESQUERDO
É o responsável pelo bom senso e
quando acionado:
Atua como um guardião e faz-nos agir com cautela.
Estabelece procedimentos
Organiza
Planeja o tempo todo
Regula comportamentos
HEMISFÉRIO INFERIOR
DIREITO
Quando acionado, faz vir à tona
nossos sentimentos:
Permite-nos expressar emoções
Dá-nos a possibilidade da compaixão, do cuidar de outros.
Estimula o social, facilitando contatos
Amplia nossa expressão.
Abre as portas para a comunicação verbal.
As quatro funções combinadas formam o conjunto essencial para o bom
funcionamento de uma equipe que, para alcançar resultados, deve
lançar mão da razão e da cautela, tanto quanto da ousadia e da
sensibilidade.
A partir da observação diária e da percepção dos comportamentos
individuais, o gerente tem possibilidades de identificar tendências
e estilos pessoais e facilidade para designar pessoas formem um
conjunto integrado e complementar.
Por exemplo, se em determinado momento, é necessário inovar, criar e
empreender um projeto com rapidez e comprometimento, as pessoas mais
indicadas para liderar ou coordenar as atividades devem ser
escolhidas no ambiente cerebral direito e assessoradas pelos
guardiões. A racionalidade, em parceria com a sensibilidade, torna
as decisões mais equilibradas.
Se um gerente pretende elaborar estratégias de ação que sirvam de
alicerces para superar metas, os racionais e planejadores certamente
terão maiores chances de fazê-lo. Entretanto são os transgressores e
imaginativos que darão o toque final de criatividade e inovação ao
projeto.
Quando uma equipe é formada por pessoas que dominam as funções dos
quatro hemisférios a sua harmonia inicial pode até ser dificultada,
em função das diferenças. Porém certamente o aprendizado coletivo
trará grandes ganhos para seus componentes.
A diversidade e a mistura de estilos e comportamentos resulta em um
mosaico, onde cada pessoa exerce seu papel de forma complementar,
enriquecendo o conjunto final.
Corações e mentes. Uma parceria que dá certo.
Maria Rita Gramigna é Mestre em Criatividade Total Aplicada pela
Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Graduada em
Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada
em Administração de Recursos Humanos pela UNA – União de Negócios e
Administração (MG). Atua no Mapeamento de Competências, contatos
estratégicos com clientes, capacitação gerencial e treinamento da
equipe de consultores da MRG Consultoria e Treinamento Empresarial.