O Papel do Psicanalista Clínico no
Hospital
Por Dr. Wagner Paulon
20/04/2008
A - CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Psicanálise Clínica é geralmente considerada como método de
tratamento que tem sua melhor aplicação em certos tipos de neurose.
Tais estados se encontram em contrastes com ao que são mais
comumente encontrados nos HOSPITAIS GERAIS E CENTROS PSIQUIÁTRICOS.
Os casos de neuroses que lá encontramos são caracterizados por
sintomas tão graves, que impedem o paciente de levar uma vida
normal,com seus compromissos e em relação ao lar e trabalho.
Os hospitais são também ocupados por pacientes que sofrem de formas
diferentes de perturbação mental: as psicoses orgânicas e
funcionais.
Tais pacientes não se consideram enfermos.
O observador imparcial pode, justificadamente, perguntar o que pode
um PSICANALISTA CLÍNICO fazer de útil se estiver trabalhando num
HOSPITAL PSIQUIÁTRICO ou SOMÁTICO, confrontando com várias centenas
de pacientes cujas condições são geralmente inadequadas para seu
método de tratamento?
Que contribuição pode-o prestar à terapia e ao tratamento?
O propósito desta é tentar responder estas perguntas.
Antes de fazê-lo, contudo, é necessário relembrar que, para
desordens mentais graves, não dispomos, até o momento, de nenhum
tratamento etimologicamente fundamentado.
Aos atuais métodos de tratamento (terapia de eletrochoque e as
várias drogas tranqüilizantes e antidepressivas), são medidas
SINTOMÁTICAS.
Não combatem as causas do funcionamento mental anormal, mas apenas
mantêm sob controle as manifestações clínicas mais perturbadoras.
É quase impossíveis predizer seu efeito no caso individual, e o
tratamento do paciente não pode basear inteiramente em sua
aplicação.
Isto implica em que estas medidas físicas só podem ser encerradas
como um dos aspectos de abordagem terapêutica.
Outras considerações devem ser levadas em conta quando se planeja o
tratamento de um paciente.
É AQUI QUE A PSICANÁLISE E O PSICANALISTA TÊM UM PAPEL A
DESEMPENHAR.
I
B - o que a PSICANÁLISE e o PSICANALISTA têm a oferecer à Clínica de
hospital somático ou psiquiátrico?
Antes de apresentar um relato acerca do que a PSICANÁLISE e o
PSICANALISTA têm a oferecer à Clínica de hospital somático ou
psiquiátrico, ou de detalhar as dificuldades que tais
empreendimentos acarretam, é necessário oferecer uma definição
operante da psicanálise.
Psicanálise é uma CIÊNCIA e uma TÉCNICA que tem por finalidade a
interpretação do inconsciente humano,visando através de diversos
processos de avaliações e de modernos recursos terapêuticos ou seja:
1ELETROTERAPIA TRANSCEREBRAL,
2HIPNOSE INSTRUMENTAL,
3PSICOGALVAMETRIA DIGITAL SRG ,
4PSICOSTAT SRG auditivo,
5ELETROANESTHESIA etc.,
diminuir os estados de tensões, resultantes de inadaptações
vivenciais, educacionais, profissionais, morais, religiosas e
pessoais, visando equilibrar emocional e psiquicamente os Sóciopatas
e todos os portadores de distúrbios do comportamento geral, usando
apenas os recursos da exortação, do bom senso, da reeducação pessoal
e os modernos recursos terapêuticos já citados acima.
A psicanálise também oferece uma série de conceitos e hipóteses,
cujo propósito é explicar como e porque surgem os sintomas e sinais
das diferentes doenças mentais.
Os conceitos psicanalíticos são de dois tipos:
1o Os conceitos descritivos que identificam os fenômenos clínicos
específicos,
2o Os conceitos explanatórios que fornecem uma descrição de como
surgem certos fenômenos.
Exemplo dos primeiros é o fenômeno da resistência, que
inevitavelmente aparece no tratamento de uma doença psiconeurótica,
uma ilustração dos segundos é fornecer pelo conceito das repressões.
Este conceito oferece uma explicação de porque certos pensamentos,
desejos ou lembranças é automaticamente afastado da consciência e
não podem ser trazidos de volta quando se quer.
O emprego desse tipo de conceitos permite que se realize uma
comunicação entre aqueles que se acham diretamente interessados no
cuidado e no tratamento do paciente.
Uma apreciação completa do modo pelo qual psicanalista pode
influenciar beneficamente a doença de um paciente é inteiramente
impossível, sem que se tenha uma certa familiaridade com as
principais características da teoria psicanalítica da formação de
sintomas.
A psicanálise oferece uma teoria desenvolvimental do funcionamento
mental.
Os processos mentais são encarados como simples e não organizados ao
nascimento, mas à medida que o indivíduo cresce, eles se tornam
complexos e integrados.
Na doença mental, há uma perda das capacidades psicológicas mais
avançadas e estas são substituídas por funções que foram outrora
apropriadas para um estágio primitivo do desenvolvimento mental.
É muito comum,por exemplo, que a criança fique com medo quando está
sozinha.
Há certas formas de neurose nas quais o paciente se sente
aterrorizado por ser deixado sozinho em casa ou por andar só na rua.
Aqui, parecia que a capacidade adulta-indepêndencia e autoconfiança
foram perdidas e substituídas por um estado mental que fora outrora
apropriado para a infância.
Esta teoria que tenta explicar os sintomas mentais como sendo,
Primeiro, a perda das capacidades adultas,
Segundo, a sua substituição por atividades apropriadas a estágios
primitivos da vida mental ,baseia-se principalmente em idéias
apresentadas por Hughlings Jackson, médico inglês do século XIX, a
fim de explicar a modalidade dos sintomas da doença neurológica.
Ele, por sua vez,derivava sua teoria da evolução e dissolução do
distúrbio nervoso da obra do filósofo inglês Herbert Spencer.
Em termos simples, então os sinais e sintomas das moléstias
neuróticas e psicóticas são de dois tipos:
A - Uma das categorias consiste nas capacidades e habilidades que
foram perdidas.
B - A segunda categoria abrange todos os pensamentos, idéias,
emoções e experiências subjetivas inapropriadas e irracionais, que
se achavam ausentes antes do desencadeamento da doença.
Em perturbações mentais como as esquizofrenias e as melancolias, o
paciente perdeu o uso de várias das funções mentais necessárias a
uma adaptação ambiental satisfatória.
A falta, o pensamento voltado para a realidade, a capacidade de
concentrações, os poderes perceptivos e a memória podem estar
desorganizados.
A psicanálise descreveu todas cognitivas altamente desenvolvidas,
tal como operam no indivíduo sadio, juntamente com o conceito de
ego, e contrastou-as com os processos inorganizados e
indiferenciados do id.
Os pacientes psicóticos perdem a capacidade de se relacionar com os
outros, e esta perturbação nos relacionamentos é uma característica
marcante de tais estados.
O paciente pode tornar-se insensível, abstraído e indiferente quanto
aos que o cercam.
Além dessas mudanças, o paciente apresenta um grande número de
manifestações novas e fora de comum.
Nutre idéias irracionais que insiste serem corretas, apesar das
contradições apresentadas pela realidade.
Pode experimentar falsas percepções (alucinações) e seu pensamento
assume uma qualidade mágica: os desejos, bons ou maus, se tornam
realidade
Esses fenômenos delirantes e alucinatórios assumem agora, para o
paciente, uma importância maior que o mundo da realidade.
Os objetos fantasiosos dos delírios e das alucinações parecem
substituir as antigas relações com pessoas reis.
Há breves ocasiões, entretanto, em que o paciente parece recuperar
sua antiga capacidade de relacionar-se com os outros, e isto
proporciona uma oportunidade para a intervenção terapêutica.
Os psicanalistas acreditam que a nova realidade do paciente é a
expressão de uma realidade psíquica exposta pela doença.
Sua segunda realidade, ou realidade psíquica , permanece reprimida
no indivíduo sadio.
Novas manifestações aparecem também na vida instintiva do paciente.
Em situações onde pode ter sido gentil e atencioso, torna-se agora
impulsivamente agressivo.
Muito há uma grande ansiedade quanto à sua identidade sexual.
Teme estar mudando de sexo, pode notar sinais disso em seu corpo e
obter confirmação nas atitudes dos que o cercam.
Torna-se preocupado com o homossexualismo e pode realmente
experimentar sentimentos homossexuais.
Surgem também outros fenômenos que não se necessita examinar aqui.
No caso das neuroses graves, os pacientes não apresentam a ampla
perda das funções mentais característica do paciente que sofre de
uma psicose.
Eles mantêm a capacidade de se comunicar através da fala e, assim,
perturbados, primordialmente, em seu relacionamento com os outros.
Entretanto, a natureza desse distúrbio é quase qualitativa distinta
daquela do paciente psicótico.
O paciente neurótico não se afasta dos outros, nem usa como
substituto uma realidade falsa constituída por objetos de delírio,
como faz o paciente psicótico.
Ele se apega ainda mais às pessoas que o cercam, mas este apegamento
é de um tipo muito especial.
Ele não pode existir sem seus objetos (empregando um termo
psicanalítico) e lhes faz grandes exigências.
É aqui que se pode notar indicações de atitudes mentais que, embora
novas na vida adulta, caracterizam outrora o comportamento da
primeira infância posterior.
É esta perturbação das relações interpessoais que freqüentemente
conduz à hospitalização, uma vez que os que cercam são incapazes de
fornecer-lhe a segurança e a satisfação pela quais está se
esforçando.
A posição psicanalítica é a de que ambas as categorias de
enfermidade na neurose e na psicose há, em diferentes graus, uma
perda das funções mentais adultas e sua substituição por atitudes
sentimentos, desejos e idéias apropriadas a fases iniciais do
desenvolvimento infantil.
A psicanálise utiliza o conceito de regressão para descrever este
movimento para trás da vida mental, de um estado mais adiantado para
outro menos adiantado.
Nas psicoses, ocorrem também algo mais.
A forma pela qual o mundo e os que nele se acham são percebidos pelo
paciente e não é semelhante a nada que já tenha sido experimentado,
mesmo na infância.
É como se uma espécie de função mental irrompesse na consciência,
possuindo características semelhantes aos sonhos do indivíduo sadio.
No entanto, o fato decisivo para o psicanalista é que, mesmo na
psicose, a totalidade da vida mental não é desorganizada pela
doença.
A regressão é o movimento para trás do funcionamento mental e as
desorganizações do ego não são completas.
Há sempre uma certa capacidade para estabelecer relacionamentos e
resquícios de um funcionamento cognitivo sadio, mesmo nos pacientes
mais perturbados.
No caso da neurose, o problema é diferente.
O paciente pode relacionar-se com o psicanalista, psiquiatra ou
enfermeiro, mas a qualidade do relacionamento nem sempre auxilia os
esforços terapêuticos.
II
C - RELATOS DE ESFORÇOS TERAPÊUTICOS
Quando a Psicanálise pela primeira vez se defrontou com desordens
mentais que exigiam hospitalização, o principal interesse dos
clínicos foi descobrir até que ponto o método era aplicável a tais
condições.
Relatos de esforços terapêuticos surgem na literatura psicanalítica
inicial.
Em 1926, foi criado na Alemanha um HOSPITAL PSICANALÍTICO, onde
pacientes psicóticos, viciados em drogas, e neuróticos graves podiam
ser tratados.
Logo se tornou aparente (Simmel,1929) que o tratamento psicanalítico
de pacientes gravemente enfermos era um empreendimento muito mais
complicado e difícil que a psicanálise das neuroses.
Era necessário fornecer condições que assimilassem prontamente os
concomitantes afetivos da doença e da terapia, os quais se
entrelaçavam rapidamente.
As reações ao Psicanalista, descritas através do conceito de
transferência, não se confinavam ao consultório, apesar da
interpretação, mas estendiam-se facilmente a outros membros da
equipe hospitalar e a outros pacientes.
Vínculos intensos e ambivalentes desenvolviam-se com a equipe de
enfermagem, vínculos excluídos da situação de tratamento.
A fim de lidar com esses problemas teve que ser estabelecido um
estreito contrato entre os PSICANALISTAS E A EQUIPE DE ENFERMAGEM.
O intercâmbio de informações que se realiza em tais reuniões possuía
o efeito de fazer o pessoal do hospital compreender que a conduta do
paciente do hospital era, acima de tudo, devida à repetição de
relacionamentos infantis emocionalmente carregados, isto é, a
transferências.
Este conhecimento possibilitou que atendentes e enfermeiros
encarassem o paciente e suas reações com o hospital sob um novo
ângulo.
A possibilidade de utilizar o método psicanalítico com pacientes
hospitalizados foi rapidamente exercido por (psiquiatras
americanos).
De fato, Sullivam (1932), no Sheppard and Enoch Pratt Hospital, em
Baltimore, estava tratando de pacientes esquizofrênicos através de
uma psicoterapia baseada na psicanálise, contemporaneamente às
tentativas que se faziam na Alemanha.
Sullivam reconheceu a necessidade de a equipe de enfermagem receber
um treinamento especial, se é que se pretendia que seus membros
fizessem uma contribuição máxima ao regime de tratamento.
Ele se achava à vanguarda daqueles que não apenas discerniam o
potencial terapêutico do enfermeiro, mas também reconheciam a
necessidade de tornar explícita a maneira pela qual este potencial
deveria ser objetivado.
Poucos anos mais tarde, esforços sérios de tratar pacientes
esquizofrênicos por meio da psicanálise foram colocados em prática
na Menninger Clinic, em Chestnut Lodge, e em um ou dois de outros
hospitais psiquiátrico norte-americano.
Desde então, criou-se uma literatura ampla, que fornece detalhes
acerca dos meios pelos quais os pacientes podem ser
psicanaliticamente abordados.
Foi dada atenção às modificações da técnica de tratamento e
dispensaram-se considerações especiais aos modos pelos quais os
pacientes devem ser manejados no decurso do tratamento.
Foi no decorrer desses esforços pioneiros que se tornou aparente o
potencial da comunidade hospitalar.
O efeito benéfico da hospitalização fora observado em ocasiões
anteriores, mas foi somente durante o tratamento psicanalítico de
pacientes internados que se tornou possível conceptualizar, ou seja,
tornar explícito , o que conduzia à melhora clínica.
Achava-se agora ao alcance do (psiquiatra) identificar e descrever
as causas daquilo que antes se pensava serem recuperações
espontâneas e, além disso criar as condições que facilitassem tais
desenvolvimentos.
Já em 1936 William Menninger propunha que programas especiais de
terapia ocupacional fossem preparados para cada paciente, programas
esses baseados nos problemas centrais que haviam formado a
predisposição à doença.
Tais programas baseavam-se num reconhecimento da influência
terapêutica que o enfermeiro e terapeutas ocupacionais e
recreacionais podiam exercer sobre o paciente, em resultado do
relacionamento, surgido da missão instrutiva.
Eles foram entusiasticamente adotados por um certo número de
hospitais americanos antes de 1939, e demonstraram que a introdução
da psicanálise no hospital somático ou psiquiátrico possuía
implicações muito mais amplas do que simplesmente o tratamento
intensivo de um pequeno número de pacientes.
Demonstraram-se maneira notável, de quão grande ressonância podia
ser a influência da PSICANÁLISE.
Nos hospitais britânicos a psicanálise seguiu uma evolução
inteiramente diversa.
Embora seu efeito tenha sido profundo, ele foi menos evidente e
direto que nos Estados Unidos.
Antes de 1939 a Psicanálise não desempenhava papel algum nos
hospitais britânicos.
Talvez. houvesse umas poucas exceções nos casos em que as teorias
psicanalíticas eram discutidas e se faziam algumas tentativas de
experimentar o método psicanalítico.
A tradição do tratamento psicanalítico de pacientes individuais no
hospital não surgiu da mesma maneira que nos Estados Unidos.
Após 1945, o impacto da psicanálise apresentava-se menos concentrado
que no hospital americano e, sendo mais difuso, sua influência
deveria fazer-se sentir mais na esfera da clínica do hospital do que
no caso individual.
Os fundamentos para o emprego das idéias psicanalíticas nos
hospitais britânicos foram estabelecidos durante os anos, da guerra.
No hospital Militar de Northfields, métodos de tratamento em grupo
baseados em princípios psicanalíticos foram introduzidos por Bion,
Rickman e Foulkes.
Main (1946) e outros estenderam esta atividade, a fim de incluir
grupos recreacionais e grupos de enfermaria.
Em todos os pontos de contato entre pacientes e equipes,
estabeleceram-se canais de comunicação, de modo a facilitar a troca
de informações referentes ao status e dos indivíduos que o formavam.
Este trabalho preparou o palco para a introdução da abordagem da
comunidade terapêutica.
Foi Jones (1952) quem reconheceu, com base na compreensão
psicanalítica, que os vínculos transferências que os pacientes
estabeleciam com o grupo adjacente de pacientes e com a comunidade
hospitalar em geral podiam ser explorados para fins terapêuticos.
Achou ele que os conflitos subjacentes aos sintomas e as
dificuldades comportamentais poderiam vir a se manifestar através do
veículo de comunicação de seus pensamentos, sentimentos e fantasias
a cerca de suas experiências enquanto se achavam no hospital.
As discussões, tanto em grupos pequenos como em grandes, permitiria
a expressão dessas reações e, ao mesmo tempo, daria à equipe médica
e de enfermagem a oportunidade de oferecer ao paciente uma avaliação
dessas reações.
Deste modo, Jones esperava realizar uma análise do conflito do
paciente, não na terapia individual, mas no grupo.
Acreditava que, através desse processo, o paciente viria a se
identificar mais facilmente com os valores do grupo e do hospital, o
que o fortaleceria e suplementaria o efeito benéfico resultante da
análise de um ou mais conflitos conscientes, pré-conscientes ou
inconscientes.
O trabalho de Jones apresenta uma aplicação de conceitos
psicanalíticos que tem como objetivo o fornecimento de uma estrutura
hospitalar que possa influenciar positivamente os pacientes.
A aproximação dele ao paciente se dá através do ambiente hospitalar
não diretamente pelo tratamento psicanalítico, como ocorre nos
hospitais americanos.
Embora as idéias de Jones tenham sido entusiasticamente adotadas em
muitos lugares, a base teórica de tais desenvolvimentos foi amiúde
negligenciada, tornando assim a técnica excessivamente empírica.
São consideráveis os problemas que tal situação engendra.
Eles podem corromper o potencial terapêutico e por em risco a
viabilidade da comunidade hospitalar
III
D - O LUGAR QUE A PSICANÁLISE CLÍNICA E O PSICANALISTA, PODEM OCUPAR
NOS HOSPITAIS SOMÁTICOS E PSIQUIÁTRICOS
Até este ponto,apresentou-se um breve esboço das maneiras pelas
quais a PSICANÁLISE contribui para a psiquiatria hospitalar.
Vamos agora enfocar e tentar responder as seguintes perguntas:-
1 QUE LUGAR A PSICANÁLISE CLÍNICA DEVERIA OCUPAR NOS HOSPITAIS
SOMÁTICOS E PSIQUIÁTRICOS?
2 QUE PAPEL DEVERIA O PSICANALISTA CLÍNICO ASSUMIR NESTES HOSPITAIS?
O psicanalista tem um duplo objetivo quando empreende o tratamento
psicanalítico de uma neurose.
1-Espera compreender a sintomatologia e transmitir este conhecimento
ao paciente;
2-No processo, colaborar para a melhora ou remoção dos sintomas.
Suas ambições não são menores quando decide intervir no caso de um
paciente de hospital somático ou psiquiátrico.
Neste caso, infelizmente, acha-se privado do aliado que a parte
sadia e integrada da personalidade fornece no caso do paciente
psiconeurótico considerado adequado para o tratamento psicanalítico
normal.
No caso do paciente hospitalizado, a capacidade de cooperação é
limitada, e ele não pode estabelecer um relacionamento
suficientemente forte para tolerar os desapontamentos, demoras e
ansiedades que, inevitavelmente, acompanham o tratamento
psicanalítico.
As dificuldades são ainda maiores no caso de um paciente psicótico,
que possui apenas a mais limitada capacidade para se relacionar.
O psicanalista reconhece que será incapaz de conduzir um tratamento
psicanalítico porque não há tempo para tal empreendimento, porque a
tentativa estaria quase fadada a revelar-se infrutífera.
Entretanto,ele retém seu objetivo original de tentar compreender o
sentido e a significação dos fenômenos clínicos e, tendo por base
esta compreensão, PRESCREVER O PROCEDIMENTO QUE SERÁ ÚTIL PARA O
MANEJO E TRATAMENTO DO PACIENTE.
Talvez o modo mais fácil de transmitir como o psicanalista pode
intervir beneficamente no caso de um paciente internado seja usar
diversos recursos terapêuticos, sendo estes processos mais rápidos e
que apresentam RAPPORT desejável, os recursos são os seguintes-:
1 - ELETROTERAPIA TRANSCEREBRAL (SONOTRON)
ELETROSSONOTERAPIA
2 - TERAPIA DE CORREÇÃO COMPORTAMENTAL BEHAVIOUR- (HIPNOSE
INSTRUMENTAL) HIPNOTRON-
3 - PSICOGALVANOMETRIA DIGITAL SRG
4 - PSICOSTAT SGR (BIOFEEDBACK)- AUDITIVO E VISUAL;
5 - PSICOSTAT DE (BIOFEEDBACK)- AUDITIVO E VISUAL;
6 - ELETROANESTHESIA
Mas para que o psicanalista clínico possa usar e aplicar estes
processos é necessário que os, hospitais adquiram estes aparelhos e
ofereçam condições aos profissionais, de desenvolverem suas
técnicas.
Também é necessário que os hospitais reservem duas salas para estas
terapias.
Apresentamos aqui uma série de ilustrações clínicas extraídas de
pacientes com Psicoses esquizofrênicas.
O primeiro paciente era um jovem de idade, que progressivamente se
alienara daquilo que o cercava.
Expressava idéias de estar sendo espionado, ficava imóvel durante
horas, sentado numa cadeira, adotava posturas fora do comum.
Quando foi admitido no hospital, mostrava-se incooperativo, não se
misturava com os outros pacientes e era virtualmente inacessível.
Não melhorara com a administração de drogas do tipo fenotiazina.
Descobriu-se considerar ele os enfermeiros como perseguidores,
acusando-os de serem inimigos disfarçados.
Identificava erroneamente, isto é, confundia visualmente, os
enfermeiros com ou outro desses perseguidores.
O resultado disso foi que se tornou acessível a enfermeiros e
médicos.
Por sorte, desenvolveu um apreço por uma terapeuta ocupacional, e
foi através dela que se podem obter informações acerca das atitudes
do paciente para com a equipe médica e de enfermagem.
Mesmo aqui, entretanto, havia momentos em que acreditava ser ela uma
outra pessoa, e gritava e praguejava contra ela.
Um desapontamento muito leve em suas relações bastou para que ele se
recusasse a vê-la de novo.
Este caso foi mencionado porque ilustra duras características dos
pacientes psicóticos seriamente perturbados.
Primeiro, mostra como a capacidade do paciente de conhecer a
realidade do meio ambiente através das funções de seu ego
(percepção, fala, pensamento, memória) acha-se submersa sob uma
realidade psicótica, a qual incluindo suas fantasias irracionais,
altera-lhe de tal modo o julgamento que pessoas reais como
enfermeiros e médicos vêm a ser confundida com figuras de seus
delírios.
Isto leva o paciente a opor-se aos enfermeiros e aos médicos, e
resulta em agir ele de maneira auto prejudicial.
Neste caso, os próprios meios empregados para ajudar o paciente
atuam como fonte de agravamento da doença.
A segunda característica ilustrada por este exemplo é que o paciente
não perdeu inteiramente a capacidade de se relacionar com figuras
reais.
Esta capacidade, porém, é limitada e fraca em sua expressão.
Ninguém pode dizer, a princípio, com quem o paciente será capaz se
estabelecer um vínculo.
Neste caso, foi com a terapeuta ocupacional.
O vínculo era fraco e foi fácil e irrecuperavelmente rompido pelo
desapontamento.
O fato de que vínculos emocionais possam ocorrer nas doenças
psicóticas significa que a influência terapêutica é possível.
A tarefa do Psicanalista clínico, portanto, é descobrir se tal
capacidade existe e para onde é dirigida.
Isto é, só pode ser feito por sua comunicação direta com a equipe de
enfermeiros e auxiliares.
É inevitável que alguns pacientes, para sua própria segurança,
tenham de ser confinados e, então, a realidade psicótica amiúde
resulta numa piora do seu estado, levando-os a crer que se acham
cercados por perseguidores.
O confinamento com pacientes do mesmo sexo pode ter resultados
adversos, por outra razão.
Se um paciente se encontra preocupado com problemas de identidade
sexual, e, em conseqüência da doença, experimenta a sensação de que
seu corpo é parcial ou inteiramente feminino, pode acreditar que
está atraindo ou será sexualmente, pelos outros pacientes.
Com muita freqüência, o comportamento incooperante , agressivo ou
aterrorizado de pacientes pode ser remontado a estas causas: a
intrusão da realidade psicótica ou o surgimento de tendências
homossexuais na consciência.
Os psicanalistas, compreendem que ambos os tipos de experiência
podem surgir na psicose, acham-se alertas quando à sua ocorrência.
Quando fazem sua aparição, medidas apropriadas devem ser tomadas, a
fim de aliviar os temores do paciente transferindo-o para uma
situação em que sua liberdade não seja restringida.
Quando pacientes psicóticos são tratados psicoterapêuticamente,
podem surgir certos problemas que, no caso de um paciente
psiconeurótico que se submete a tratamento psicanalítico, podem ser
superados.
Uma jovem paciente que sofria de moléstia esquizofrênica estava
sendo vista várias vezes por semana.
Era filha única e sua doença começara quando sua mãe morrera de
câncer.
Vivia com o pai.
Quando a doença começou, a paciente ficou preocupada com uma série
de idéias irracionais.
Julgava que seu pai fosse homossexual e estava convencida de que ela
própria também o era.
Ouvia as pessoas dizendo isto no trabalho, nas ruas, e mesmo em
casa, quando não havia ninguém.
Acabou por fugir de casa, em pânico, temendo que o pai fosse
atacá-la sexualmente posteriormente, no hospital, revelou que
experimentava sentimentos sexuais em relação ao pai.
Durante o curso da psicoterapia, manifestaram-se tendências eróticas
em relação ao analista, tal como havia ocorrido com o pai.
No caso de uma paciente neurótica que desenvolve fantasias sexuais
com relação ao analista, seria possível apelar para a sua parte
razoável e sadia e demonstrar que estas manifestações constituíam
uma repetição do relacionamento com o pai, que agora atuavam como
uma resistência ao progresso do tratamento e esta resistência
dissipar-se-ia com o tempo.
No presente caso a, paciente achava-se envolvida demais com suas
idéias, não havia um ego razoável a quem apelar e seus controles
eram deficientes.
O conhecimento de que fora a perda da mãe que levara ao movimento
para trás (à regressão) da vida mental e o surgimento de atitudes
instintivas infantis fez com que o tratamento fosse temporariamente
abandonado e que os cuidados com a paciente fossem continuados pela
encarregada da enfermeira, sob a supervisão do analista.
Nestas circunstâncias, a enfermeira,”IN LOCO PARENTIS”,pode ajudar a
paciente a recuperar o controle.
A continuação do tratamento com o analista teria apenas exaltado a
sexualidade e as ansiedades que esta originava.
Sob circunstâncias ideais, seria necessário, nos hospitais
psiquiátricos, decidir quem é a pessoa mais indicada para ter
contato com o paciente, deve ser homem ou mulher, moço ou velho.
A melhora ou a deterioração do estado mental amiúde se deve aos
fatores que foram descritos.
O Psicanalista encontra-se em posição de cuidar que o manejo do
paciente seja de tal ordem, que não vá de encontro ao efeito do
tratamento por drogas ou psicoterapia.
O Psicanalista pode também ajudar os pacientes diretamente, através
do emprego de métodos de grupo.
Ele encontra-se numa posição favorável para empreender esta espécie
de tratamento, devido a seu conhecimento de que as formas de
relacionamento que se realizarão no grupo serão repetições de
relacionamentos que estão ocorrendo na enfermaria do hospital;que
ocorrem em casa, ou na infância.
Pacientes com neuroses graves e estados depressivos podem ser
tratados através da terapia de grupo, mas nesta, tal como no
tratamento individual, a natureza divergente da capacidade de se
relacionar conduz a sérias dificuldades.
Entretanto, mesmo quando a influência terapêutico-positivas é
limitada, o analista obtém um quadro muito claro da doença do
paciente e da maneira de seu desenvolvimento.
A terapia de grupo, tal como, na realidade de todas as espécies de
intervenção terapêutica, requer a mais íntima cooperação com a
equipe de enfermagem e com todos os médicos que estejam diretamente
ligados aos pacientes.
Já fizemos referências à maneira pela qual as reações dos pacientes
tendem a transbordar do consultório para a enfermaria, onde
encontram expressão com relação aos outros pacientes e a equipe de
enfermagem.
Isto significa que enfermeiros e médicos devem achar-se
especialmente informados acerca dos pacientes individuais e
particularmente, conhecedores da maneira pela qual os pacientes
transferem para eles suas atitudes e comportamentos com referência a
maridos, esposas, pais e irmãos.
IV
E - POTENCIAL TERAPEUTICO
O Psicanalista tem como revelar o potencial terapêutico que existe
em todos que têm com o paciente.
A teoria psicanalítica fornece os conceitos que ajudam a descrever
os processos que atuam nestas relações interpessoais, e com seu
auxílio, o que era latente passa a ser manifesto e comunicável.
Caso se pretenda que tal abordagem obtenha sucesso, entre os membros
da equipe de médicos e enfermeiros os canais de comunicação devem
estar abertos.
A forma que tomarão, isto é, se deve haver reuniões estabelecidas ou
discussões informais é secundária quanto à criação de um meio pelo
qual todos possam relatar suas experiências com os pacientes.
Deste modo, o amplo conhecimento que enfermeiros e terapeutas
ocupacionais acumularam através dos anos pode tornar-se
aproveitável.
Tais informações revelam quanto numerosas são as influências que
atuam sobre um paciente durante sua estadia no hospital e impedem
que o Psiquiatra ou o Psicanalista acredite ter sido uma pílula
especial ou uma interpretação específica que conduziu a uma mudança
nos sintomas do pacientes.
A questão é: como psiquiatra e enfermeiro vem a reconhecer que os
sintomas do paciente e a maneira pela qual se relaciona (isto é, com
o médico, com o enfermeiro e com outros pacientes) são, em essência,
uma repetição do modo pelo qual outrora se, relacionou com os
outros?
No que concerne à equipe médica, não pode haver melhor maneira de
aprender a reconhecer os fenômenos em questão que o tratamento, sob
supervisão, de um ou mais pacientes psiconeurótico através de uma
psicoterapia do tipo psicanalítica.
O treinamento em psicoterapia deve começar com a seleção de
pacientes apropriados.
Se não for possível encontrá-los no hospital psiquiátrico ou
somático, procuram-se casos adequados nos ambulatórios.
A relação médico-paciente torna-se o centro do programa de
instrução.
Isto é, particularmente vital, uma vez que o psiquiatra em formação
subestima a potência do efeito das forças emocionais que atuam nesta
ralação, seja na psicoterapia, seja em outra forma de tratamento.
Muito rapidamente o psiquiatra descobre que as dificuldades de
comunicação do paciente são devidas a pensamentos e sentimentos
pré-conscientes a respeito do terapeuta.
Dá-se conta das alusões à situação de tratamento que o paciente faz
constantemente, as quais torna-a manifesta e utiliza para fortalecer
a confiança do paciente em sua capacidade terapêutica.
O objetivo da instrução é permitir que o psiquiatra em formação
observe as resistências e os conflitos subjacentes aos sintomas
O psiquiatra pode utilizar o conhecimento que obteve em muitas
situações diferentes, que o impede de ignorar as influências
psicológicas que atuam na terapia orgânica, ao mesmo tempo em que
reconhece os sinais indicadores de que um paciente que não está em
psicoterapia estabeleceu espontaneamente um relacionamento com ele.
Com este conhecimento, acha-se apto a explorar o relacionamento para
fins terapêuticos, o que é particularmente valioso com pacientes
psicóticos.
Uma tarefa mais difícil é transmitir esse conhecimento à equipe de
enfermagem, mas tal pode ser efeito se tomar em consideração às
resistências dos enfermeiros e se elas forem manejadas com bastante
tato e paciência.
Somente quando enfermeiros e atendentes vêm a reconhecer que os
sintomas e o comportamento são, em larga escala, o resultado da
regressão, é que estão aptos a adotar uma atitude mais objetiva e
menos emocional com relação a seus pacientes.
O Psicanalista também pode contribuir para a pesquisa.
Seu treinamento alerta-o para a complexidade dos estudos clínicos e
seu conhecimento acerca da realidade psíquica e da transferência
impede o de supersimplificar as dificuldades metodológicas que
assediam a pesquisa clínica.
Os Psicanalistas reconhecem que a coleta de dados primários não é
tão simples quanto na doença física.
A variabilidade de reação do paciente fisicamente enfermo é muito
menor que a do doente mental.
Esta variação se deve a numerosos fatores, entre os quais as
atitudes com o médico se acham altamente, mal conhecem, essas
influências, usualmente pré-conscientes ou inconsciente para o
paciente.
Quando técnicas terapêuticas são empregadas para registrar dados
clínicos, o psicanalista pode participar diretamente da pesquisa.
Sua formação qualifica-o particularmente bem para esta tarefa.
Contrariamente a uma crença comumente sustentada, a psicanálise
sempre manteve um sério interesse pela forma que os sintomas e
sinais assume, na doença mental.
A situação psicoterapêutica é especialmente adequada para a
observação das comunicações dos pacientes, sejam elas verbais ou não
verbais.
Sua prevenção e manutenção não dependem, como alguns podem pensar,
de o médico constantemente apresentar”interpretações” ao paciente.
A situação permanecerá viável enquanto as ansiedades do paciente com
relação às intenções do médico se acharem adequadamente ventiladas.
Embora a educação e a pesquisa constituam campos importantes para o
psicanalista, deve-se dar prioridade ao tratamento de pacientes.
Não é apropriado, e, parafraseando as palavras do Imperador Trajano
“contrário ao espírito dos tempos”, encarar ou designar o
psicanalista como uma AVIS RARA”, cuja tarefa exclusiva é a de fazer
a psicoterapia o dia todo.
O Psicanalista deve estar apto a participar de tarefas hospitalares
de rotina, bem como empreender tratamento psicanalítico de pacientes
selecionados, quando se achar que isto é necessário.
Ele deve ter plena responsabilidade clínica por caso de todos as
naturezas, inclusive aqueles cujo estado mental é basicamente devida
a causas orgânicas.
Desse modo, o Psicanalista fica mais próximo do Psiquiatra comum,
através de uma melhor compreensão dos problemas e dificuldades que o
último tem de enfrentar.
Não há campo de trabalho ou somático hospitalar para qual o
Psicanalista não possa contribuir, nem tampouco existe nenhuma
atividade hospitalar ou seja hospital somático ou psiquiátrico da
qual não possa beneficiar-se.
NO BRASIL;A SEPARAÇÃO ENTRE A PSICANÁLISE E A PSIQUIATRIA TEVE
EFEITOS NOCIVOS PARA AMBAS.
DERAM AOS PSIQUIATRAS E DE UM MODO GERAL AS POSSIBILIDADES
TERAPÊUTICAS QUE SÃO INERENTES ÀS MEDIDAS PSICOTERAPÊUTICAS NELA
BASEADAS.
Impediu-os também de reconhecer a importância e a importante
contribuição que a PSICANÁLISE pode fazer à investigação CLÍNICA EM
PSIQUIATRIA.
Por outro lado, a experiência clínica de muitos psicanalistas
permaneceu limitada, devido à sua falta de contato com a psiquiatria
hospitalar.
ANEXO
PSICOGALVANOMETRIA? O QUE É?
É de há muito tempo conhecido que a condutividade elétrica cutânea
se altera em função direta da mutação emocional do indivíduo.
Um indivíduo que se encontra sob uma tensão emocional forte, tem a
condutividade elétrica cutânea maior de que, quando esse mesmo
indivíduo está em estado de tensão emocional normal.
Com essa teoria inicial concluímos que a flutuação de condutividade
elétrica, retrata fielmente a flutuação emocional do indivíduo.
Aproveitando desse fenômeno natural em todos os indivíduos, e de
posse de um preciso aparelho Psicogalvanométrico o psicoterapeuta
pode tirar conclusões mais reais dos seus pacientes, pois pode
visualizar com dados numéricos e exatos eletricamente falando, todas
as flutuações emocionais sentidas pelo seu paciente.
Essa mutação de condutividade elétrica cutânea, depende do sistema
nervoso Autônomo e por esse motivo o indivíduo não pode alterar a
medição Psicogalvanométrica diretamente, e sim alterá-la
indiretamente através de muito AUTO CONTROLE e RELAXAMENTO.
AUTO CONTROLE PARA UTILIZAÇÃO DO PSICOGALVANOMÊTRO DIGITAL É NA
PRÁTICA TERAPIA DE RELAXAMENTO.
Mantendo o PSICOGALVANOMÊTRO ligado ao paciente, pode o terapeuta
concluir o seu paciente está se relaxando conforme o previsto ou se
o método utilizado para esse paciente, por qualquer motivo não seja,
o ideal.
Exemplo: A partir do momento que o psicoterapeuta fizer questão de
relaxamento a indicação em Volts do painel PSICOGALVANOMÊTRO DIGITAL
deverá subir numericamente.
Se o paciente se apresenta no início do relaxamento com um valor
numérico como por exemplo 2.7 Volts, e com as sugestões do
Psicoterapeuta esse valor sobe gradativamente 2,6/, 2,9/ 3;0 etc,
essa operação relaxamento está indo bem, porém o valor numérico
inicial, isto é, 2,7 Volts se manter deve o psicoterapeuta procurar
saber o motivo dessa rejeição ao relaxamento, muito embora essa
rejeição é as vezes negada pelo paciente.
TESTE DE FOBIAS
Durante o período de tratamento de qualquer tipo de fobia, o
psicoterapeuta pode efetuar testes Psicogalvanométrico para saber se
está ou não havendo progresso.
Exemplo: Com o Psicogalvanômetro Digital ligado ao paciente aplique
ao mesmo um estímulo que poderá ser visual, oral ou físico e observe
o painel do PSICOGALVANOMÊTRICO DIGITAL.
Se o valor numérico se mantiver estável o processo psicoterápico
está em franco progresso, porém se o valor numérico indicado no
painel baixar mediante o estímulo acima descrito, deve o
Psicoterapeuta tomar novo caminho Psicoterápico.
Em resumo pode-se usar o PSICOGALVANOMETRO DIGITAL nos tratamentos
de FOBIAS COMO MONITOR de teste FOBOTAXIANO.
HYPNOTERAPIA
O Hypnólogo pode se utilizar do PSICOGALVANOMETRO DIGITAL como
monitor em todas as sessões de Hipnose, desde a indução até as
sugestões, na indução o Psicogalvanômetro Digital ligado ao paciente
fornece ao Hypnólogo dados que facilitam o seu trabalho.
Exemplo: A medida que o Hypnólogo sugere relaxamento ao paciente, o
valor numérico indicado no painel do Psicogalvanômetro deve aumentar
o processo de relaxamento pré-hypnótico.
Durante o estado de Hipnose profunda pode o hypnólogo observar se há
a mudança de estado emocional do paciente, mediante as habituais
sugestões.
CONCLUSÃO
A Psicogalvanometria pode ser aproveitada na Psicologia em geral
pois é um dado que traduz numericamente toda a mudança do estado
emocional do indivíduo mesmo que esse indivíduo não apresente
mutação externa palpável e visível.
PSICOGALVANÔMETRO DIGITAL
COMO FUNCIONA ELETRONICAMENTE
Entre dois eletrodos SENSORES circula uma micro-corrente elétrica
previamente ajustada em 50 UA (50 Microamperes) estabilizada isto é:
CONSTANTE, que é fornecida por um circuito de alta precisão.
A diferença de potencial elétrico (VOLTAGEM), que surge entre os
dois eletrodos sensores por ser ANÁLOGA, é convertida em FREQUÊNCIA
por um conversor D/A e aplicada a um FREQUENCIAMENTO DIGITAL para
amostragem.
O resultado de condutividade elétrica cutânea é indicado pelo painel
DIGITAL em VOLTS ,porém esse resultado poderá ser convertido em
OHMS.
Para essa conversão emprega-se a lei básica de eletricidade, com a
seguinte fórmula:
E
R= ------------
I
R = Resistência cutânea e passagem de CORRENTE ELÉTRICA.
E = Voltagem encontrada entre dois terminais de Resistência
(Sensores).
I = Intensidade (microamperagem) que circula pela Resistência
(Sensores)
Exemplo: Se colocarmos os dois sensores em dois dedos de um
indivíduo e o painel Digital indicar 3,1 Volts, a resistência
cutânea inicial será de 3,1 :0.0005 (50 microamperes) que é de
62.000 OHMS (62KO).,e se no final da sessão PSICOTERÁPICA esse
indivíduo atingiu 7 volts no painel DIGITAL, a resistência cutânea
final é de 7,0 : 0,0005 (50 microamperes) 140.000 OHMS (140 KO).
Para avaliação e arquivo tanto faz, VOLTS ou OHMS
Exemplo: INICIAL – VOLT – 3,1 OHMS – 62.000 AMPERES= 0.005 (50
microamperes).
FINAL - VOLT – 7,0 OHMS – 140.000 AMPERES= 0.005 (50 microamperes).
DIFERENÇA – VOLTS-3,9 OHMS – 78.000
Sem nenhuma dúvida esse paciente terminou a sessão psicoterápica,
com muito menor tensão emocional e um alto grau de descontração e
relaxamento.
RESUMO
1 - ELEKTRODORM – ELETROSSONO -Eletroterapia Transcerebral
Tratamento pela eletrossonoterapia e é indicado para casos de
Insônia, Esgotamento Nervoso, Úlceras Gástricas e Duodenais,
Cefaléias, Tratamento de Alcoolismo Crônico, Distúrbios Vasculares
Hipertensivos, Períodos Pré e Pós Operatórios, Neurodermatoses,
Várias formas de Psiconeurose, Esquizofrenia e Ciclofrenias.
2 - HIPNOTRON – HIPNOSE INSTRUMENTAL
Tratamento pela hipnose, correspondente à correção comportamental
pelos métodos da BEHAVIOUR – TERAPIA.
Aparelho inédito na Indução Instrumental do estado Hipnótico, o
HIPNOTRON que é composto da cadeira com apoios vibráteis e o
instrumental de estímulos auditivo e visual, além das conexões de
microfonia e amplificação (metrônomo, gongo, gerador de freqüências
etc.)
A H.I. está indicada para casos de : Insônia, Angústia, Depressão,
alcoolismo, obesidade, estudos dificultosos, tabagismo, toxicomanias
etc.
3 - PSICOGALVANÔMETRO DIGITAL S.G.R.
É de há muito tempo conhecido que a condutividade elétrica cutânea
se altera em função direta da mutação do estado emocional do
indivíduo.
Um indivíduo que se encontra sob uma tensão emocional forte, tem a
condutividade elétrica cutânea maior do que, quando esse mesmo
indivíduo está em estado de tensão emocional normal.
Com essa teoria inicial concluímos que a flutuação de condutividade
elétrica cutânea, retrata fielmente a flutuação emocional do
indivíduo.
Aproveitando desse fenômeno natural em todos os indivíduos, e de
posse de um preciso aparelho PSICOGALVANOMÉTRICO o Psicanalista pode
tirar conclusões mais reais dos pacientes, pois pode visualizar com
dados numéricos e exatos eletricamente falando,todas as flutuações
emocionais sentidas pelo paciente.
Essa mutação de condutividade elétrica cutânea, depende do Sistema
Nervoso Autônomo e por esse motivo o indivíduo não pode alterar
através de muito Auto Controle e Relaxamento.
A PSICOGALVANOMETRIA está indicada para o EXAME PSICOGALVANOMÉTRICO,
EXAME FOBOTAXIANO, terapia de Relaxamento em Hipnoterapia.
4 - PSICOSTAT D.E. BIOFEEFBACK
Este aparelho é semelhante ao conhecido “detector de mentiras” mas
seu funcionamento é mais amplo, pois indica as mutações psicológicas
da pessoa, tanto no sentido da excitação como no relaxamento.
Possui um dispositivo luminoso de seqüência colorida e um sistema
sonoro que permite seguir a evolução do estado emocional.
Seu funcionamento está fundamentado na variação da resistência
elétrica cutânea (base do princípio do biofeedback).
O Psicostat D.E. é indicado para o Treinamento autógeno de
relaxamento, Exame Fobotaxiano, controlar a profundidade de
relaxamento gradativo, controlar a profundidade de um estado
hipnótico.
5 - PSICOSTAT SGR BIOFEEDBACK
Aparelho que utiliza a corrente para aprendizagem de relaxamento e
autocontrole.
6 - NEUROTRON
Aparelho que utiliza a corrente farádica e consta de aplicadores
(eletrodos) de folhas metálicas flexíveis que se colocam de
preferência na planta dos pés.
O Neurotron é indicado para a tonificarão dos processos nervosos
fundamentais distúrbios neuro-vegetativos (viscerais) e sensitivos
(da vida de relação),Insônia (distúrbios psicogênicos).
EPÍLOGO
É PENA QUE TANTOS MÉDICOS CLÍNICOS, NEUROLOGISTAS, GINECOLOGISTAS,
CARDIOLOGISTAS, PSIQUIATRAS ETC.,SEJAM PERTURBADOS POR TEMORES
IRRACIONAIS COM RESPEITO À PSICANÁLISE E AO PSICANALISTA CLÍNICO,
COM RESULTANTES SUSPEITAS E PRECONCEITO.
ISTO CAUSOU, E CONTINUARÁ A CAUSAR, CONSEQUÊNCIAS DESAFORTUNADAS
PARA TODAS AS ESPECIALIDADES MÉDICAS PRINCIPALMENTE PARA A
PSIQUIATRIA E TAMBÉM PARA A CIÊNCIA PSICOANALÍTICA.
OS PSIQUIATRAS E MÉDICOS DE OUTRAS ESPECIALIDADES QUE TRABALHAM COM
PSICANALISTAS CLÍNICOS SABEM QUE ESSES TEMORES SÃO INFUNDADOS.
TALVEZ O FUTURO CONDUZA A UMA COOPERAÇÃO MAIOR, DE MODO QUE A
PSICANÁLISE POSSA, COMO UM SÓCIO COM IGUAIS DIREITOS, PARTICIPAR DOS
CUIDADOS E DO TRATAMENTO DO DOENTE MENTAL.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
JONES, M.S. (1952) Social Psychiatry (Londres, Tavistock)
MAIN, T.F. (1946) “The Hospital as a Therapeutic Institution”
Bull.Menninger Clinic, 10, 66.
MENNINGER,W.C.(1936),“Psychoanalytical Principles Applied to the
Treatment of Hospitalized Patients”. Bull Menninger Clinic, 1, 35.
SIMMEL, E (1929) “Psychoanalytic Treatment in a Sanatorium”,
Int.J.Psychoanal. 10; 70.
SULLIVAN, H.S. (1932)” The Modified Psychoanalytic Treatment of
Schizophrenia, as a Human Process (Nova York, Norton, 1962).
IESA-INTERNATIONAL SOCIETY FOR ELECTROSLEEP AND ELECTROANAESTHESIA,
INC. AUSTRIA-GRAZ.
4th International Symposium on Electrosleep and Electroanaesthesia,
March 18-22, 1974, Hotel Meridien, Paris, France
AUTOMATIC HYPNOTIZER Im: Humanist as 16/1974, Berlin
FURTHER STUDIES OS THE INHIBITOR Y ACTION TRANSCANIAL ELECTROTHERAPY
ONGASTRIC SECRETION
E.D.HENSCHEL, MILWAUKEE, WISCONSIN “IESA”,1974 20,21,AUSTRIA.
INSTITUTO DE PSICANÁLISE DE LONDRES
REVISTA-1972
Dr. Wagner Paulon - Formação em psicanálise (Escola Paulista),
mestre em psicopatologia (Escola Paulista), psicologia (Saint
Meinrad College) USA, pedagogia (FEC ABC), MBA (University Abet)
USA, curso de especialização em entorpecentes (USP), psicanalista
por muitos anos de vários hospitais de São Paulo.