O Poder da Simplicidade
Gilberto Wiesel
10/07/2008
Neste exato momento, estou voando de Aracaju para São Paulo e depois
para Porto Alegre. Não sei por que, mas me deu uma vontade muito
grande de escrever. Então, liguei meu computador e comecei.
Fiz isso porque acho que, nessas horas, devemos dar atenção ao nosso
inconsciente, deixar que se manifeste e coloque para fora a sua
vontade. Fico imaginando o que fazem essas pessoas nesse avião.
Quais são suas profissões, quais os seus pensamentos, suas angústias
e incertezas, o que as move?
Estamos todos aqui sem que nos conheçamos e, talvez, nunca mais nos
encontremos e, se nos reencontrarmos, não nos lembraremos mais deste
momento. Todos temos nossa história, alguns chegarão ao seu destino
e haverá alguém para esperá-los, outros talvez não. Seguirão
sozinhos para casa ou para o trabalho.
Como é interessante a vida e como é engraçado ficar pensando sobre
essas particularidades. Por acaso você nunca pensou sobre isso?
Nunca sentiu curiosidade para saber? Nunca divagou em seus
pensamentos?
Estou voltando de um trabalho realizado, no qual senti grande prazer
ao conviver com pessoas muito simples, porém com um coração enorme.
Por ser uma palestra para professores no interior do Estado da
Bahia, o local em que ficamos não tinha grandes estruturas de
hospedaria. O único lugar que existe é a pousada do Sr Givaldão. É
Givaldão. Novamente, pude constatar uma certeza sobre a qual vivo
falando em meus eventos. Muitas vezes é nos lugares mais inóspitos
que estão as grandes surpresas, é nesses lugares, que encontramos
pessoas muito simples, sem nenhuma preparação, sem nenhuma
cerimônia, no entanto, com uma enorme vontade de atender e receber
bem, com um coração fantástico.
Constantemente, devido às viagens e eventos, acabo freqüentando
hotéis de luxo, mas neles não tive o privilégio de achar o que
encontrei na pousada do seu Givaldão. Como seria interessante para
as pessoas que trabalham nesses hotéis aprenderem um pouco com ele o
que é atendimento. Como é colocar o coração à frente de qualquer
regra preestabelecida.
As pessoas estão muito automatizadas, todas preocupadas em fazer o
que tem que ser feito, sem se importarem e pensarem se aquilo que
estão fazendo é realmente o melhor para todos. Quando deixamos de
lado nossa intuição, nossos sentimentos, nossas emoções, para
seguirmos regras, passamos a agir como pessoas desprovidas de
qualquer sentimento, robotizamo-nos.
Voltando ao senhor da pousada, ele só sabia de uma coisa, tinha que
ser gentil e buscou dentro do seu conhecimento, da sua simplicidade,
dos seus valores, tudo o que precisava para atender a essa
expectativa, sem seguir nenhuma cartilha sobre bom atendimento, ou
seja, seguiu o seu coração, fez o simples, o básico e o fez com
amor.