Psicologia Social
A psicologia social surgiu para estabelecer uma ponte entre a
psicologia e a sociologia. O seu objeto de estudo é o comportamento
dos indivíduos quando estão em interação.
Ela também pode ser definida como o estudo do condicionamento que os
processos mentais impõem à vida social do homem, ao mesmo tempo que
as diversas formas da convivência social influem na manifestação
concreta dos mesmos.
Segundo Aroldo Rodrigues, psicólogo brasileiro, a psicologia social
é o estudo das "manifestações comportamentais suscitadas pela
interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa
de tal interação".
A interação social, a interdependência entre os indivíduos e o
encontro social são os objetos investigados por essa área da
psicologia. Assim, vamos falar dos principais conceitos da
psicologia social a partir do ponto de vista do encontro social: a
percepção social, a comunicação, as atitudes, as mudanças de
atitudes, o processo de socialização, os grupos sociais e os papéis
sociais.
Histórico
Em 1895, o cientista social francês Gustave Le Bon (1841-1931)
apresentou, em seu pioneiro trabalho sobre a Psicologia das
Multidões, a proposição básica para o entendimento de uma psicologia
social: sejam quais forem os indivíduos que compõem um grupo, por
semelhantes ou dessemelhantes que sejam seus modos de vida, suas
ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem sido
transformados num grupo, coloca-os na posse de uma espécie de mente
coletiva que os fazem sentir, pensar e agir de maneira muito
diferente daquela pela qual cada membro dele, tomado
individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em
estado de isolamento [9: p. 18]. Essa proposição e os argumentos de
Le Bon para justificá-la, serviu de parâmetro para o estudo sobre
Psicologia de Grupo publicado por Sigmund Freud em 1921. A questão
teórica de Le Bon, com quem Freud dialogou era "massa", não "grupo".
Um problema de tradução entre o alemão e o inglês fez com que
surgisse o termo "grupo" em Freud, embora não haja evidências de que
o mesmo tenha se preocupado com esta questão. O grupo como objeto de
estudos ganhou densidade na psicologia social durante a segunda
guerra mundial, com Kurt Lewin, considerado por muitos autores como
fundador da psicologia social.
A psicologia social brasileira, segundo Hiran Pinel (2005), foi
marcada por dois psicólogos bastante antagônicos: Aroldo Rodrigues
(empirismo e que adotou uma abordagem mais de
experimental-cognitiva, por exemplo, de propagandas etc.) e, Silvia
Lane (marxista e sócio-histórica). Lane fez seguidores famosos e
muito estudados na atualidade: Ana Bock e outros (mais ligados a
Vigotski), como Bader Sawaia (que descreve minuciosamente as
artimanhas da exclusão e o quanto é falso e hipócrita a inclusão,
encarada como "maquiagem" que cala a voz do oprimido); Wanderley
Codo (que estuda grupos minoritários, sofrimentos e as questões de
saúde dos professores e professoras); Maria Elizabeth Barros de
Barros e Alex Sandro C. Sant'Ana (que se associam as idéias de
Foucault, Deleuze, Guattari entre outros); Carlos Eduardo Ferraço
(que se associa com Boaventura Santos e Michel de Certeau); Hiran
Pinel (que resgata tanto o existencialismo quanto o marxismo de
Paulo Freire) etc.
O psicólogo bielo-russo Vigotski - um fervoroso marxista sem perder
a qualidade de psicólogo e educador - foi resgatado por Alexander
Luria em parceria com Jerome Brunner nos Estados Unidos da América,
país que marcou - e marca - a psicologia brasileira. Em 1962 é
publicado nos EUA, e após a saída dos militares do governo
brasileiro, tornou-se inevitável sua publicação no Brasil.
Os psicólogos sociais sócio-históricos, produzem artigos criticando
o Estado e o modo neoliberal de produção que tem um forte impacto na
produção de subjetividades. As práticas são mais ativas e menos
desenvolvidas em consultórios, e a noção de psicopatologia mudou
bastante, reconhecendo como saudáveis as táticas e estratégias de
enfrentamento da classe proletária.
Críticas à Psicologia Social
Hoje em dia, a teoria da psicologia social tem recebido inúmeras
críticas. Apontamos agora as principais:
a) Baseia-se num método descritivo, ou seja, um método que se propõe
a descrever aquilo que é observável, factual. É uma psicologia que
organiza e dá nome aos processos observáveis dos encontros sociais.
b) Tem seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da
sociedade norte-americana do pós-guerra, que precisava de
conhecimentos e de instrumentos que possibilitassem a intervenção na
realidade, de forma a obter resultados imediatos, com a intenção de
recuperar a nação, garantindo o aumento da produtividade econômica.
Não é para menos que os temas mais desenvolvidos foram a comunicação
persuasiva, a mudança de atitudes, a dinâmica grupal etc., voltados
sempre para a procura de "fórmulas de ajustamento e adequação de
comportamentos individuais ao contexto social".
c) Parte de uma noção estreita do social. Este é considerado apenas
como a relação entre pessoas – a interação pessoal -, e não como um
conjunto de produções humanas capazes de, ao mesmo tempo em que vão
construindo a realidade social, construir também o indivíduo. Esta
concepção será a referência para a construção de uma nova psicologia
social.
[editar] Uma nova Psicologia Social e Institucional
Com uma posição mais crítica em relação à realidade social e à
contribuição da ciência para a transformação da sociedade, vem sendo
desenvolvida uma nova psicologia social, buscando a superação das
limitações apontadas anteriormente,
A psicologia social mantém-se aqui como uma área de conhecimento da
psicologia, que procura aprofundar o conhecimento da natureza social
do fenômeno psíquico.
O que quer dizer isso?
A subjetividade humana, isto é, esse mundo interno que possuímos e
suas expressões, são construídas nas relações sociais, ou seja,
surge do contato entre os homens e dos homens com a Natureza.
Assim, a psicologia social, como área de conhecimento, passa a
estudar o psiquismo humano, objeto da psicologia, buscando
compreender como se dá a construção deste mundo interno a partir das
relações sociais vividas pelo homem. O mundo objetivo passa a ser
visto, não como fator de influência para o desenvolvimento da
subjetividade, mas como fator constitutivo.
Numa concepção como essa, o comportamento deixa de ser "o objeto de
estudo", para ser uma das expressões do mundo psíquico e fonte
importante de dados para compreensão da subjetividade, pois ele se
encontra no nível do empírico e pode ser observado; no entanto, essa
nova psicologia social pretende ir além do que é observável, ou
seja, além do comportamento, buscando compreender o mundo invisível
do homem.
Além disso, essa psicologia social abandona por completo a diferença
entre comportamento em situação de interação ou não interação. Aqui
o homem é um ser social por natureza. Entende-se aqui cada indivíduo
aprende a ser um homem nas relações com os outros homens, quando se
apropria da realidade criada pelas gerações anteriores, apropriação
essa que se dá pelo manuseio dos instrumentos e aprendizado da
cultura humana.
O homem como ser social, como um ser de relações sociais, está em
permanente movimento. Estamos sempre nos transformando, apesar de
aparentemente nos mantermos iguais. Isso porque nosso mundo interno
se alimenta dos conteúdos que vêm do mundo externo e, como nossa
relação com esse mundo externo não cessa, estamos sempre como que
fazendo a "digestão" desses alimentos e, portanto, sempre em
movimento, em processo de transformação.
Ora, se estamos em permanente movimento, não podemos ter um conjunto
teórico onde os conceitos paralisam nosso objeto de estudo. Se nos
limitarmos a falar das atitudes, da percepção, dos papéis sociais e
acreditarmos que com isso compreendemos o homem, não estaremos
percebendo que, ao desempenhar esse papel, ao perceber o outro e ao
desenvolver ou falar sobre sua atitude, o homem estará em movimento,
Por isso, nossa metodologia e nosso corpo teórico devem ser capazes
de captar esse homem em movimento.
E, superando esse conceitual da antiga psicologia social, a nova irá
propor, como conceitos básicos de análise, a atividade, a
consciência e a identidade, que são as propriedades ou
características essenciais dos homens e expressam o movimento
humano. Esses conceitos e concepções foram e vêm sendo desenvolvidos
por vários autores soviéticos que produziram até a década de 1960:
Silvia Lane e Antônio Ciampa, que são brasileiros e trabalhavam
ativamente na PUC-SP. Silvia Lane faleceu em 2006.
Psicologia Social • Estudo científico da Psicologia dos seres
humanos nas suas relações com outros indivíduos, quer sejam
influenciados, quer ajam sobre eles; - pensamos e sentimos de
determinada maneira porque somos seres sociais; - o mundo em que
vivemos é, em parte, produto da maneira como pensamos. • A
Psicologia Social só toma em consideração a dimensão social dos
fenômenos psicológicos.
Objeto • A Psicologia Social é a ciência que procura compreender os
“como” e os “porquê” do comportamento social.
Campo de Ação • Comportamento analisado em todos os contextos do
processo de influência social: - interação pessoa/pessoa; -
interação pessoa/grupo; - interação grupo/grupo.
Estuda as relações interpessoais - comunicação; - influências; -
conflitos; - autoridade; - etc. Investiga os fatores psicológicos da
vida social: - estatuto social; - liderança; - estereótipos; - etc.
Analisa os fatores sociais da Psicologia Humana - motivação; -
atitudes; - opiniões; - preconceitos; - etc.
[editar] Bibliografia
* LANE, S. e SAWAIA, B. (Orgs.) Novas veredas em psicologia social.
São Paulo: Brasiliense, 1995.
* LANE, S. T. M e CODO, W. (orgs). Psicologia social: o homem em
movimento. São Paulo: Brasiliense, 1984.
* McDAVID, J. W. e HARARI, H. Psicologia e comportamento social. Rio
de Janeiro: Interciência, 1980
* FURTADO, O.; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias : uma
introdução ao estudo da psicologia. São Paulo, Saraiva, 2002.
2. VERBATIM COPYING
You may copy and distribute the Document in any medium, either
commercially or noncommercially, provided that this License, the
copyright notices, and the license notice saying this License
applies to the Document are reproduced in all copies, and that you
add no other conditions whatsoever to those of this License. You may
not use technical measures to obstruct or control the reading or
further copying of the copies you make or distribute. However, you
may accept compensation in exchange for copies. If you distribute a
large enough number of copies you must also follow the conditions in
section 3.
You may also lend copies, under the same conditions stated above,
and you may publicly display copies.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta
conteúdo enciclopédico. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Psicologia_social&oldid=10572995>.
Acesso em: 21 Jul 2008
Este texto é uma reprodução literal, obtido da Wikipedia, publicado
de acordo com as instruções oferecidas por esta renomada
enciclopédia: "Se você desejar utilizar material da Wikipédia nos
seus próprios livros, artigos, sítios ou outras publicações, pode
fazê-lo, mas tem de obedecer à GNU FDL. Se estiver simplesmente a
duplicar o artigo da Wikipédia deverá obedecer à secção 2 da GFDL,
sobre cópia textual."