As Psicoterapias e as Psicanálises
Por Márcia Vasconcellos de Lima e Silva
04/09/2007

É interessante, antes de mais nada, estabelecer algumas sutis diferenças, fundamentais todavia:

PSICOLOGIA- psyche e logos - estudo da psique. PSIQUE=MENTE
PSICOTERAPIA - psyche e therapeia - tipo de tratamento com o objetivo de cura. No caso, seria uma cura da psique...
PSICANÁLISE - psyche e analysis - ato de analisar, observar, compreender a estrutura da psique/mente.

A partir disto qual a função da psicologia, da psicoterapia e da psicanálise?

PSICOLOGIA - trata-se de um ramo do conhecimento que se insere na área humana e que visa estudar particular e profundamente a psique do homem. Ciência que estuda os fenômenos psíquicos e do comportamento.
PSICOTERAPIA - método ou meio de tratamento dentro da área da Psicologia com a utilização de varias técnicas psicológicas.
PSICANÁLISE - método de tratamento criado por Freud cuja finalidade era (e continua sendo) analisar e compreender as neuroses e psicoses por meio de uma investigação psicológica profunda dos processos mentais.

* Existem diversas abordagens psicológicas. O psicodrama, a Psicoterapia humanista-existencial, a psicoterapia rogeriana, a gestalt-terapia, etc. Em breve estaremos atualizando cada vez mais esses e outros aspectos instigantes e intrigantes. Acreditamos que, a priori, um breve conhecimento dessas diferenças podem ajudar você a se localizar dentro da área PSI.

Gostaríamos de propor ao internauta interessado uma interação conosco. Para tanto estaremos atualizando a pagina mensalmente.
Nesta primeira interação, pediríamos ao internauta que nos enviasse duvidas, reflexões, questões sobre o que pensa ser uma Psicologia Profunda, tal qual a proposta por Freud? Em que aspectos ela se diferencia de outras técnicas psicológicas? Será que as outras psicologias não são profundas?

Pensem ainda sobre a Psicologia e a Psiquiatria... Aonde fica situada a Psicanálise?
E ainda, qual seria a diferença entre uma Psicanálise e uma psicoterapia de base analítica?

Importante - isto aqui e apenas uma interação entre nós ok? Não existem respostas certas ou erradas... Ninguém ganha ou perde nada, apenas acrescenta!

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
(Caetano).

Ainda na graduação, comprei uma camisa no departamento de Psicologia da faculdade em que estava escrita está frase. Já naquela época fiquei a refletir sobre seus dizeres. E, desde então, fui cada vez mais relacionando esta frase à Psicologia. Realmente, somente cada um de nós pode saber, sentir, viver a dor e a delícia de sermos o que somos, seja por essência seja por influência da cultura que adentra por nós e, tantas vezes, nos toma por inteiro!
E, assim, meio que "tomando emprestado" esta frase de uma música de Caetano Veloso, vou fazendo dela uma espécie de lema e leme no que diz respeito aos meus atendimentos enquanto psicóloga clínica. Que quero com isso dizer? Que, dentre várias outras coisas, procuro me adaptar e ser o mais flexível na clínica, sabendo que ninguém melhor do que aquele ser humano (paciente, cliente, etc) que está sentado diante de mim, é uma pessoa que desconhece seu potencial, que não sabe que sabe sobre si mais e melhor do que ninguém.
E este é, para mim, o grande referencial (leme, no sentido de guia) da Psicologia: o fato de que devemos, enquanto profissionais da saúde, respeitar e aceitar aquilo que nosso "paciente" nos traz, do modo único e singular que só ele possui. O simples fato de ele estar ali se "desnudando" frente a uma pessoa desconhecida e a questões internas mal-resolvidas e desconhecidas para ele também. E isto é um verdadeiro ato de coragem! Independentemente de se a terapia (ou análise) vai ou não beneficiá-lo. Muitas vezes, o aparentemente simples fato de o cliente a nós recorrer (apesar dos diversos preconceitos e implicações que disto possa ocorrer em sua vida) é muito mais valioso do que sermos considerados enquanto profissionais bem sucedidos pelo número de casos clínicos.
Aquela pessoa que se coloca diante de nós não pode nem deve ser tratada como um ou mais um "caso clínico". Trata-se antes de mais nada, e sobretudo, de um ser humano assim como nós, com as dores e delícias que fazem dele ser o que é (ou pode ser...).
Na minha prática clínica defronto-me diariamente com inúmeros sofrimentos, problemas, crises, dúvidas, inseguranças, dificuldades, etc. Mas o que realmente me motiva para continuar esse trabalho é a perspectiva de poder, em trabalhando junto com aquele indivíduo, ajudá-lo a trilhar e encontrar deu próprio caminho, sua essência... sua verdade!
E, com esse pensamento e sentimento, me absorvo e entrego por completo nos meus atendimentos: individuais, em grupo, com casais, com pais, etc.
Atendo a diferentes pessoas, faixas etárias e não me deixo influenciar por um tipo específico e particular de "clientela", propondo-me a trabalhar comunitariamente também quando necessário. Desta forma, procuro fazer da minha clínica muito mais do que uma clínica simplesmente "social" mas e, acima de tudo, humanitária!
Colocando-me de igual para igual posso tentar captar e compreender o máximo possível o(s) meu(s) paciente(s). Se me colocasse numa posição idealizada de superioridade ou hierarquia, isso não seria possível.
E, afinal, não é para isso que a Psicologia deve servir? Não é o(a) psicólogo(a) um ser humano como outro qualquer antes de mais nada?
Pensem nisso! Um beijo carinhoso e cuidem-se! Até a próxima!