O Psiquismo Doente
Por Dr. Wagner Paulon
18/05/2008
É preferível a designação psiquismo doente ou enfermo (de infirmus,
infirme, não firme), ou seja, o psiquismo sem saúde, anormal, à de
moléstia mental, porque esta designação provém da Psicologia
Metafísica já superada atualmente.
Para conciliarem as concepções animistas ou espiritualistas ("o
homem tem corpo e alma") com as dos materialistas mecanicistas ou
organicistas ("o homem é constituído só de corpo biológico") os
psicólogos do século passado encontraram uma fórmula eclética: a do
paralelismo psicofísico: "psiquismo (ou consciência, como preferiam
dizer) e sistema nervoso são dois fenômenos paralelos que mutuamente
se correspondem sem, todavia se confundirem", com a qual caiam,
afinal na definição metafísica: o homem é um animal racional, ou
seja, um corpo (moles, corpo em latim, donde moléstia, afecção
mórbida do corpo) com uma alma racional.
Como vemos, moléstia mental ou psíquica é definição metafísica do
psiquismo anormal, significa que quando o corpo adoece, a alma
também adoece.
Daí a concepção de entidades nosográficas (nosos em grego é
moléstia) em Psiquiatria.
Todo psiquiatra tratava de descobrir uma entidade nova e estabelecer
uma classificação própria das moléstias mentais.
O mais bem sucedido de todos foi Kraepelin, cuja classificação até
hoje é mais ou menos seguida no mundo todo.
Dr. Wagner Paulon - Formação em psicanálise (Escola Paulista),
mestre em psicopatologia (Escola Paulista), psicologia (Saint
Meinrad College) USA, pedagogia (FEC ABC), MBA (University Abet)
USA, curso de especialização em entorpecentes (USP), psicanalista
por muitos anos de vários hospitais de São Paulo.