Questão de Foco
Por Silvia Malamud
21/08/2008
Sanidade versus Loucura, uma visão Multidimensional e Quântica
A nossa existência na Terra está relacionada com o foco que um
aspecto do nosso self total direciona para cá. Funcionamos de acordo
com as cores da lente psicológica que o nosso eu presente observa a
realidade.
Somos compostos por muitos outros aspectos que estão latentes dentro
do nosso psiquismo. Concebemos a nossa existência multidimensional à
medida que entramos em contato consciente com estes e outros
aspectos que fazem parte da nossa totalidade.
Estes aspectos sempre existiram, porém não são passíveis de serem
reconhecidos enquanto não houver abertura da mente para receber
informações conscientes advindas do self total. Deste modo, não há
como direcionar o foco da nossa atenção para algo que nem sabíamos
existir. Seria como a imagem de uma formiga num formigueiro onde
para ela o universo é apenas o seu espaço. Sem saber que todo o
restante do universo existe.
Crescemos toda vez que atualizamos nossas instâncias antes não
visíveis. Deste modo integramos o nosso interior como o nosso
exterior e nos transformamos num outro algo que é mais do que a soma
das partes.
Um esquizofrênico pode ver tudo obscurecido e desfocado, pois a
organização do seu eu não está fortalecida o suficiente para entrar
em contato com o mundo externo e muito menos para nomeá-lo. Por não
poder ler o seu foco na sua realidade física, a sua mente pode
deslocar-se do mundo externo de tal forma que poderá entrar em
outras realidades ao mesmo tempo em que pode ser permeado
quanticamente por elas. Seja qual for o motivo que originou este
tipo de desorganização da percepção, um tratamento terapêutico
poderá agir diretamente na fonte que ocasionou este padrão de
ruptura da consciência.
O tratamento terapêutico de excelência entra no olho do furacão,
entendendo toda a dor e a dificuldade que envolve qualquer estado
consciencial/emocional. Cada história de vida desta ordem possui uma
profunda dor emocional. A pessoa está invadida e totalmente perdida
permeando desenfreadamente as interdimensões de si mesma. Impotente
e sem nenhuma autonomia em meio a muita resistência, sentindo um
grande pavor.
Existe um algo que em algum momento da sua existência violentou de
maneira brutal a integridade do self pessoal. O terapeuta entra
neste espaço ferido para que, além deste resgate, possa facilitar a
total reconstrução da consciência de si mesmo. Existem outras
pessoas que também passam por conflitos mentais/emocionais e por
serem hipersensíveis acabam se quebrando quando não suportam algum
processo existencial que por ventura possam entrar.
Uma personalidade focal bem equilibrada está dinamizada em energia
vital e como resultado permanece saudável, prazerosa e criativa.
Nossos aspectos multidimensionais quando acham espaço para emergir
no eu terreno com tranqüilidade se apresentam como alternativas do
psiquismo em habilidades e forças das quais a personalidade focal se
beneficia. Nosso self total, ao encontrar canais para se manifestar,
aparece em nossa experiência de vida na forma de sentimentos,
emoções, insights e tendências psicológicas mostrando outros
coloridos nas lentes que observamos a nós mesmos e ao mundo.
Nossa estabilidade emocional está diretamente ligada ao modo como
concebemos e organizamos esses nossos aspectos. Nosso ego é a versão
tridimensional de uma parte do nosso self total e funcionará bem no
momento em que estiver lucidamente focado na realidade escolhida
para a sua manifestação. Neste sentido, as nossas possibilidades de
ser estão muito além do concebido pelo enquadre determinista.
Temos um ego e uma estrutura psíquica, mas à medida que
transcendemos estas limitações por conta de tudo o que estamos
abordando, passamos a nos nomear de modo inconcebível anteriormente;
começamos a funcionar como consciências quânticas que somos, criando
as nossas próprias realidades com maior lucidez, deixando
gradativamente de ser vítimas de um quadro/vida que anda por si
mesmo a éons, tornando-nos definitivamente autogeradores das nossas
próprias existências.
Com a finalidade de nos enriquecermos na nossa experiência terrena,
é necessário que gradativamente e com a segurança necessária nos
conduzamos de modo consciente a essas outras dimensões de nós
mesmos.
O ego é o olho que a mente consciente utiliza para se significar no
plano terreno que escolheu, para ter o foco de suas experiências.
Por conta de toda esta experimentação, surge um eu organizado e
fluido, que a todo instante tende a se renovar criando novas
gestalts criativas de si mesmo.
Silvia Malamud é Psicóloga e atua em seu consultório em São Paulo.
Tel. (11) 9938.3142 - deixar recado. Autora do Livro: Projeto
Secreto Universos. Email: silvimak@gmail.com