A Solidão Procura Seguidores
Irlei Wiesel
01/09/2008

“Estou cercado de olhos, de mãos, afetos, procuras. Mas se tento comunicar-me o que há é apenas à noite e uma espantosa solidão”. Drummond de Andrade

Estamos sendo observados de longe, pela solidão. Ela procura parceiros para aumentar sua área de atuação. É importante que nos próximos anos ela consiga captar o maior número possível de interessados, pois isso ampliará ainda mais o seu poder.

A meta é agressiva. Estima-se conquistar interessados nas pequenas e grandes organizações. Também há um projeto para atingir as pequenas e pacatas cidades, além de acelerar a solidão nas grandes metrópoles. O trabalho promete ser intenso, o sonho da solidão é atingir o maior número possível de adeptos. O foco são as pessoas. O plano estratégico inclui pessoas fragilizadas, ocupadas demais com o trabalho, senhores de suas convicções, teimosos, arrogantes e principalmente aquelas pessoas que insistem em esquecer de si mesmas.

Nada mais fácil do que conquistar êxito nessa meta, afinal as estatísticas comprovam que cada vez mais o planeta está sendo habitado por pessoas desavisadas sobre sua real missão.

A maioria, não perde tempo em olhar para si mesmo, dessa forma não ficará sabendo, tão cedo, do que realmente precisa.

Um dia, porém, não saber sobre si mesmo, poderá significar ser um imenso imã, ideal para atrair a solidão!

O objetivo da solidão é diminuir o nível de energia, de vitalidade e, portanto de produtividade dos seus adeptos. Isso significa, que na grande maioria das vezes, as pessoas estarão reclusas, confusas, distantes e fora do eixo.

O resultado, para as organizações é desastroso. Todos os departamentos já contaminados pela solidão, independente do número de colaboradores, estão correndo risco.

Para muitos empresários, esse é um assunto quase ridículo. Para outros, no entanto, é um assunto que define o momento certo de uma intervenção.

A prevenção cabe a cada um de nós. Onde quer que estejamos, o que quer que façamos, tudo refletirá no futuro. A solidão é, pois, uma colheita, que poderemos escolher não colher.


Irlei Wiesel é Psicoterapeuta, Escritora.
E-mail: ilhw@terra.com.br
(55) 3026 3055