Superação - O poder da conquista
Por Rogerio Martins
01/04/2008
Provavelmente quando você pensa em histórias de superação de limites
vem logo aquela imagem da maratonista suíça cambaleando quase
desfalecida para cruzar a linha final. Ela não venceu a prova. Sua
classificação nem foi importante. Mas a imagem de alguém que
contrariando as próprias fraquezas busca forças para atingir o
objetivo é emblemática.
Na história da humanidade há diversos casos de pessoas que se
destacaram em meio às mais diversas dificuldades. Beethoven, mesmo
surdo, continuava compondo. Grande parte de suas obras foi realizada
no período de maior gravidade de sua doença.
Clodoaldo Francisco da Silva é outro exemplo de história da vida
real. Até pouco tempo desconhecido e talvez com grande possibilidade
de ser “mais um”, destacou-se ao vencer não só seis medalhas de ouro
na natação das últimas Paraolimpíadas, como venceu o preconceito.
Mostrou que é possível ser um atleta de alta performance mesmo
“imperfeito”. Os antigos gregos foram mestres em criar histórias de
pessoas e seres extraordinários. Destaca-se a história de Hércules e
seus doze trabalhos. E você? Sabe como se forma um campeão? Entre
tantas características importantes uma se destaca: a superação!
A superação vem basicamente da vontade de realizar algo maior, de
superar os limites, de alcançar o topo. É isso que torna algumas
pessoas especiais. Vencedoras!
O esporte mundial é um catalisador de situações de superação humana.
Uma das mais destacadas foi o bicampeonato mundial da seleção
brasileira masculina de vôlei. Costumo usar o exemplo desta equipe
vencedora em minhas palestras, pois traduzem o mais alto espírito de
superação do ser humano. Pessoas comuns capazes de atingir o mais
elevado posto em sua atividade: o sucesso!
Como é possível? A fórmula é simples e ao mesmo tempo trabalhosa:
trabalho em equipe + dedicação pessoal + emoção + garra + paixão =
conquista!
O trabalho em equipe é cada vez mais um diferencial competitivo. Se
sozinho é possível alcançar elevados índices de produtividade, em
equipe os resultados se multiplicam. Aqui cabe lembrar a diferença
entre equipe (ou time) e grupo.
Uma equipe é constituída de pessoas que tem objetivos em comum.
Trabalham para o mesmo propósito e por isso não competem entre si,
mas cooperam. O grupo é um amontoado de pessoas que estão juntas por
alguma afinidade, mas que não garante o alcance de resultados
comuns. Voltando ao diferencial que uma equipe proporciona, vale
destacar que quando se trabalha em equipe a diversidade é importante
para o resultado positivo. Visões diferentes podem auxiliar na
tomada de decisões que sozinho você talvez demorasse mais para
encontrar. A sensação de pertencer a uma equipe é por si só
motivadora. Ayrton Senna e Michael Schumacher não seriam grandes
vencedores sem o apoio de uma equipe. Pense nisso quando surgir
aquela oportunidade na empresa de fazer parte de um time para
solucionar um problema que aparentemente não tem a ver com você.
A dedicação pessoal é a parte que cabe a cada um para fazer a
diferença. É notória a história que, na época áurea do Santos
Futebol Clube, por volta de 1965, um dos destaques era a dedicação
pessoal do maior jogador de todos os tempos: Pelé. Aqueles que
acompanharam de perto a trajetória do “Rei do Futebol” contam que
após os treinos ele se dedicava exclusivamente à cobrança de faltas.
Com isso muitos de seus gols de falta foram decisivos para o
brilhantismo da era Pelé. Na empresa também é assim. O profissional
que dedica um tempo extra para aprender algo novo ou simplesmente
busca a qualidade no que faz, faz a diferença.
Por fim vem a tríade: emoção-garra-paixão. Para transformar estes
sentimentos e sensações em ações práticas na gestão organizacional é
preciso entusiasmo.
A palavra entusiasmo vem do grego e significa "sopro divino". Os
antigos gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários
deuses. Entendiam que a pessoa entusiasmada era aquela que era
possuída por um dos deuses. Sendo assim, poderia transformar a
natureza e fazer as coisas acontecerem. Se traduzirmos para os dias
de hoje é fazer tudo com prazer e ter prazer em tudo que faz. Quando
colocamos nossas emoções positivas em prol de uma atividade
certamente nos sentimos contagiados pelo sucesso e também
influenciamos os que estão por perto.
É muito gratificante trabalhar com pessoas que vibram com o que
realizam. Demonstram prazer no trabalho que desenvolvem. E todos nós
podemos sentir assim. Basta entregar-se de paixão àquilo que gosta
de fazer. Caso esteja em uma atividade que não se sinta tão feliz,
procure outra. Caso não seja possível busque formas de tornar esta
atividade mais prazerosa. Para isso converse com seus pares, chefia,
colegas e outras pessoas que possam contribuir para uma visão
diferente da sua. Sempre há uma solução.
Tenha certeza que, para um indivíduo ou uma equipe obter o sucesso é
necessária muita superação. Acreditar em seu potencial de realização
e fazer acontecer.
Rogerio Martins é Psicólogo, Consultor de Empresas e Palestrante.
Especialista em Liderança e Motivação. Sócio-Diretor da Persona
Consultoria & Eventos. Autor do livro "Reflexões do Mundo
Corporativo". Membro do Rotary Club de SP Santana (Distrito 4.430).
Contato: artigos@personaconsultoria.com.br /
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