Teoria da Aprendizagem
Por Nelson Valente
05/11/2008
Inúmeros autores atribuem a Skinner o início dos estudos mais
profundos sobre a aprendizagem humana que nos levariam a uma
tecnologia comportamental.
BURRUS FREDERICK SKINNER nasceu em 1904, num povoado rural do
nordeste da Pensilvânia, Estados Unidos. Doutorou-se em psicologia
em 1931, pela Universidade de Harvard.
De linha behaviorista, Skinner realizou inúmeras experiências sobre
comportamento animal, em laboratório, transferindo posteriormente
suas pesquisas para a área da aprendizagem humana.
Em sua teoria, Skinner sugere algumas formas de controle para o
processo de aprendizagem através de arranjos das contingências do
reforçamento (situações arranjadas com o intuito de possibilitar ou
aumentar a ocorrência de uma resposta a ser aprendida-condicionada).
É o próprio Skinner quem esclarece:
“Tanto quanto aqui nos ocupa, ensinar é simplesmente arranjar
contingências de reforço. Entregue a si mesmo, em dado ambiente, um
estudante aprenderá, mas nem por isso terá sido ensinado. A escola
da vida não é bem uma escola, não porque ninguém nela aprende, mas
porque ninguém nela aprende, mas porque ninguém ensina. Ensinar é o
ato de facilitar a aprendizagem: quem é ensinado aprende mais
rapidamente do que quem não é. O ensino é, naturalmente, muito
importante, porque do contrário o comportamento não apareceria.”
A função mestra do professor, no processo da instrução, é arranjar
as contingências de reforço. Skinner enfatiza que o importante para
o professor não é procurar ou encontrar reforços outros do que
aqueles que já existem na situação do dia-a-dia, mas sim armar e
arranjar as contingências desses reforços em relação às respostas
desejadas.
As idéias básicas sobre a apresentação de estímulos para a
aprendizagem, em Skinner, estão condensadas em dois instrumentos: as
máquinas de ensinar (criadas por volta de 1920 por SIDNEY PRESSEY e
posteriormente desenvolvidas por Skinner) e a instrução programada.
Tanto a máquina de ensinar quanto a instrução programada buscam
levar o aluno a estudar individualmente, sem intervenção direta do
professor, por meio de material previamente elaborado, à base de
fracionamento mínimo da matéria, adaptado às possibilidades do
educando, segundo seu ritmo próprio, maturidade e conhecimentos
anteriores.
O propósito da instrução programada é aumentar ao máximo a
frequência de reforçamento e reduzir ao mínimo as conseqüências
aversivas que acompanham o erro. Ela se baseia nos seguintes
princípios: pequenos passos; resposta ativa; avaliação imediata;
ritmo próprio; progressão lógica e graduada; reforço constante;
verificação da aprendizagem.
Nelson Valente é professor universitário, jornalista e escritor