Terapia Ocupacional e Dependência Química
Por Ronaldo Guilherme Vitelli Viana
18/03/2007
Um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade é,
inegavelmente, a Dependência Química. Frente a esta questão, ainda
estamos numa fase empírica. Por esta razão, valoriza-se a
experiência e o resgate da mesma, sempre através de um apelo
científico, com vistas a uma sistematização futura.
Os tratamentos que propõem a experiência, a atividade, a ocupação, o
trabalho comunitário como instrumento de tratamento, pretendem uma
intervenção na realidade objetiva, para provocar mudanças
subjetivas: uma prática que gera saúde. Um exercício realizado com
as mãos, de produção e criação de objetos para um crescimento
espiritual. Isto implica numa conceituação do trabalho como rito de
iniciação, lugar do sagrado, ascensão espiritual, gerador de
conhecimento, ordenador da subjetividade do ser, exercício
espiritual.
Existe um desconhecimento dos profissionais de saúde, em geral,
sobre a aplicação do Trabalho e, por digressão, da Comunidade
Terapêutica, dos Centros de Atenção Psicossocial e da Psicoterapia
Ocupacional Grupal como um recurso de eleição para o tratamento de
dependentes químicos.
Para ilustrar o uso do trabalho como instrumento de tratamento,
faremos uma exposição sobre e a psicoterapia ocupacional de
pacientes com transtornos mentais e de comportamento devido ao uso
de substâncias psicoativas (spa), realizado na Comunidade
Terapêutica Terra da Sobriedade.
Na oportunidade, foram aplicadas duas técnicas distintas, pintura em
grupo e construção de uma maquete, valorizando-se o trabalho em
equipe, quando, no término das atividades, obteve-se produtos únicos
de um esforço grupal: um quadro de aquarela e uma maquete de uma
cidade. Estes objetos são o resultado (fim) de um processo (meio) de
tratamento. Portanto, as atividades utilizadas são fim-meio para a
geração de autoconsciência.
A experimentação de materiais pelos pacientes, de maneira livre e
com criatividade, possibilita a edificação de um conhecimento e a
elaboração de dificuldades, tanto objetivas quanto subjetivas.
Qualquer intervenção que fazemos na realidade é, simultaneamente, um
ato mecânico e mental, assim como, também, o uso de drogas é,
concomitantemente, um efeito farmacológico e antropológico.
VÁRIOS " Anais do II congresso brasileiro de prevenção e tratamento
dos transtornos de ansiedade, depressão e transtorno de pânico" -
www.olhosalma.com.br - Goiânia 2004 Copyright Instituto
OlhosDaAlmaSã