Timidez
Por Ana Lúcia Pereira
08/06/2007
Chamamos de timidez ao desconforto diante de situações sociais, que
pode, algumas vezes, atrapalhar o indivíduo na conquista de seus
objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais.
Na prática, todos somos afetados pela timidez em alguns momentos de
nossas vidas, uma vez que ela funciona como um "regulador social"
para evitar os excessos que transformariam nossa sociedade em um
verdadeiro caos.
A timidez pode ser situacional ou crônica:
Timidez situacional: a inibição se manifesta em ocasiões
específicas, e portanto o prejuízo é localizado. Por exemplo, a
pessoa não experimenta dificuldades no amor, mas morre de medo de
falar em público. A timidez situacional é a mais fácil de ser
vencida, pois neste caso o indivíduo já possui mais habilidades
sociais do que o tímido crônico, e grande parte do tratamento
consistirá no aprimoramento das habilidades já existentes.
Timidez crônica: a pessoa experimenta dificuldades em praticamente
todas as áreas do convívio social. Ela não consegue falar com
estranhos, fazer amigos, paquerar, falar em público, enfim, o
prejuízo é generalizado. Nesse caso é necessário um desenvolvimento
completo dos recursos necessários para a interação com o mundo.
Quando a timidez se torna patológica passa a ser denominada fobia
social. A timidez patológica ou fobia social tem todas as
características da timidez crônica, porém é ainda mais intensa,
fazendo com que a pessoa passe a evitar a maior parte das situações
que exijam exposição social (comer em restaurantes, usar banheiros
públicos, freqüentar piscinas) e quando submetida a tais situações
apresente sintomas como tremores intensos, sudorese, taquicardia
náuseas e desconforto abdominal.
Com o que não deve ser confundida
A timidez não deve ser confundida com:
Fobia social, pois ela acarreta maiores prejuízos à vida do
indivíduo e seus sintomas são mais intensos e incapacitantes;
Antipatia, visto que quando a esfera da timidez é ultrapassada, e a
situação de ansiedade é superada o indivíduo pode se mostrar muito
afável;
Personalidade anti-social, pois a timidez incomoda o indivíduo
justamente por ela afetar seu relacionamento com outras pessoas, o
que é indiferente para uma pessoa anti-social.
Sintomas
Inibição e passividade;
Auto-Imagem negativa (pensamentos negativos sobre si mesmo e as
situações);
Baixa auto-estima e autoconfiança
Medo de avaliação negativa e de parecer "bobo" diante dos outros;
Insegurança (medo de fracassar, de ser rejeitado e parecer
ridículo);
Preocupação excessiva com as opiniões e julgamentos alheios;
Pouco contato visual, baixo volume de voz, rubor e gagueira;
Reduzida expressão corporal;
Dificuldade de se apresentar;
Necessidade constante de inventar desculpas e de recusar convites;
Sentimentos de vergonha, tristeza e solidão;
Conseqüências mais comuns
Dificuldade em fazer amigos, círculo social extremamente reduzido;
Dificuldade em arrumar parceiros amorosos, início tardio da vida
amorosa;
Dificuldade em apresentar trabalhos no colégio, faculdade ou
serviço;
Dificuldade em participar de reuniões e apresentar seu ponto de
vista.
Tratamento
O tratamento para a timidez é a psicoterapia, onde são atacados de
maneira sistemática e objetiva os sintomas mencionados
anteriormente, promovendo uma alteração na maneira como o indivíduo
encara cada situação ao mesmo tempo em que se desenvolvem ou
aprimoram-se habilidades sociais.
Somente nos casos de fobia social o tratamento medicamentoso é
imprescindível.
Ana Lúcia Pereira é Psicóloga Clínica, professora Universitária e
Consultora Organizacional. Email: alp@analuciapsicologa.com -
http://www.analuciapsicologa.com