A Valorização da Criatividade e Inovação Aplicada ao Negócio
Por Maria Inês Felippe
14/09/2007
Atualmente, e por questões de sobrevivência, percebemos a grande
demanda e o interesse pelo tema criatividade e inovação. Segundo
pesquisa realizada pela Pricewaterhouse Coopers, publicada na Gazeta
Mercantil os profissionais mais valorizados são os realizadores
éticos e criativos. A criatividade favorece observar, enxergar o que
todos estão vendo, visualizando coisas diferentes.
Muitos problemas que percebíamos sem solução, com criatividade
começamos a perceber novas saídas. Outro aspecto interessante é que
não basta somente criar, gerar idéias, é preciso analisá-las e
implementá-las. Também podemos perceber a criatividade não somente
como um instrumento de soluções de problemas, mas também como
alavancagem de negócios e surgimento de novos serviços.
Identificamos durante os programas de criatividade que realizamos,
que na grande maioria, a importância de criar vem seguida de uma
necessidade, problemas, dificuldades e curiosidades ou a busca de
estratégias para manter-se competitivo.
Constantemente somos chamados para trabalhos de treinamento em
criatividade e inovação e as empresas alegam ter programa de
inovação, citando como exemplo caixa de sugestões e percebemos que
por trás deste discurso há uma frustração, insatisfação, pois nem
sempre apresenta resultados, ou seja, os funcionários não apresentam
idéias realmente criativas e inovadoras que agreguem valor ao
negócio. Cabe ressaltar que somente este procedimento é insuficiente
para gerar resultados para a organização do ponto de vista de
geração de idéias, é preciso pensar em gestão de inovação e não atos
isolados.
Veja que interessante, podemos observar a criatividade como
habilidade indispensável devendo ser cultivada tanto do ponto de
vista pessoal como organizacional, especialmente, neste momento da
história que é marcada fundamentalmente por mudanças. Qual a nossa
participação: devemos preparar funcionários, gestores para essa
realidade, capacitando-os e potencializando-os no pensar criativo a
acima fortalecendo uma liderança criativa.Tais pessoas precisam
estar comprometidas e envolvidas com o negócio da organização, serem
autônomas, formar times de trabalho, ter visão do futuro, estar em
contínuo aperfeiçoamento e abertas para um novo pensar, novas
idéias. A atuação do Consultor Interno é fundamental neste contexto.
Temos que perceber os programas de T&D como um processo global,
devendo existir uma visão de totalidade nos vários níveis de
conhecimento tais como: expressão sensorial, intuitiva, afetiva,
racional e transcendental e acima de tudo focado em resultados, ou
seja e observar globalmente e agir localmente. O estabelecimento de
objetivos claros e precisos, é uma estratégia fundamental para que
os treinamentos possam ser vistos como investimentos e com retorno
garantido, aí sim podemos medir resultados.
Este profissional deve agir como fornecedor interno, desenvolvendo
melhorias nos serviços oferecidos, bem como os adequando às
necessidades de seu cliente interno, identificando necessidades e
propondo soluções criativas ou até mesmo contratando Consultores
Externos. Portanto, conhecer a empresa, seu negócio, objetivos,
competências críticas e resultados esperados são fundamentais para a
contratação do Consultor adequado e será cada vez mais a sua prática
habitual. A visão de RH deverá estar voltada para o negócio da
organização, para os funcionários, assim como para o seu próprio
comportamento, portanto temos que ser criativos. A receita da
competitividade permanente está na capacidade de definir
competências, estratégicas, assim como uma organização voltada para
o aprendizado e sua aplicação, desenvolvendo ações que possibilitem
a busca de outras alternativas, saídas para antigos e novos
problemas, desenvolvimento do pensamento criativo ,abertura para
ações criativas , uma "learning organizacion".
A área de Recursos Humanos, junto com os gestores, tem uma grande
parcela de responsabilidade que é gerenciar e desenvolver a
criatividade como fator de competência, tendo claro a situação atual
da organização, identificar necessidades futuras, estabelecer planos
de ação, e corrigir os gaps. Surge assim, a necessidade de
alterações em padrões de valorização social e cultural, bem como das
condições de vida, pois somente dessa forma conseguiremos integrar
as expectativas dos empresários com as dos funcionários.
A requalificação dos funcionários para atender todas as
necessidades, aberturas às novas idéias, através de uma gestão
criativa, a quebra ou reformulação dos modelos mentais entre outras
necessidades é o grande desafio. Devemos entender a competência
criativa, como capacidade de agregar valor ao negócio, através do
patrimônio pessoal, estimulando tanto o desenvolvimento pessoal,
quanto o grupal e empresarial.
A objetividade é um traço criativo e abrange a capacidade de:
Gerar idéias;
Resolver problemas;
Utilizar-se de coisas de forma não rotineira;
Buscar respostas prontas e perspicazes;
Dar forma às idéias novas;
Vencer obstáculos.
Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Adm. de
Recursos Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo
pela Universidade de Educação de Santiago de Compostela - Espanha.
Palestrante e consultora em Recursos Humanos, Desenvolvimento
Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências.
Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em
Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e
Comportamento Humano nas empresas. Vice Presidente de Criatividade e
Inovação da APARH.