Viver Intensamente
Por Luciana Horta
19/11/2008


Muitas pessoas têm o hábito e ficam obstinadas em não perder tempo de vida... Às vezes pelo fato de acharem que vão morrer cedo. Costumam dormir pouco, demonstrar agitação e super atividade todo o tempo. Parecem querer chegar ao limite da sua capacidade! Sofrem quando ficam paradas por algum tempo, mesmo que seja para refletir. Sofrem quando ficam sozinhas...

Têm dificuldade em conviver com pessoas menos "intensas" e, solicitam sempre que estas aumentem seu limite, mudem as suas maneiras de viver - pois acreditam que vivem pela metade, de modo a parecerem mais com seus hábitos...
Mas não será egoísmo dos super ativos ou dos menos "intensos" querer mudar alguém para então, torná-lo companheiro?
E será mesmo possível alguém querer mudar outrem?
A resposta é não.

A única saída para querer um companheiro é aceitar sua maneira de vida ou procurar outro que mais se adapte ao seu estilo.
Não tente mudar o outro, pois as conseqüências podem ser desastrosas para ambos. A sensação de não estar agradando, de estar deixando a desejar traz insegurança e ruptura do relacionamento.

A sociedade valoriza e acolhe muito mais as pessoas ativas do que as mais calmas. Veja um exemplo: num grupo de pessoas, quem você consideraria mais feliz - as mais "intensas" ou as menos "intensas"? As que gostam de estar em bares e festas ou as que preferem uma vida mais tranqüila? Quem são as mais requisitadas dentro dos que possuem o perfil "intenso"?

Geralmente o perfil dessas pessoas é: hábitos esportivos intensos, vida boêmia também intensa, desejo de viagens constantes, de estar em vários lugares ao mesmo tempo, rede de relacionamentos ativa e tristeza profunda diante de momentos menos agitados.

Acredito que a atividade intensa não seja o único sinônimo de felicidade. Simplesmente porque a felicidade não está nas atividades realizadas, mas sim, dentro de cada um, à sua maneira.

Talvez uma pessoa menos "intensa" tenha o prazer de estar consigo mesma, tenha tempo para refletir sobre a vida, tempo para sofrer, para ficar triste...
E isso não é apavorante, não é isolamento e nem é ser anti-social! É crescimento.

Não conceda a ninguém o direito de testar suas capacidades e nem as coloque à prova.
Goste de viver intensamente, à maneira dos mais calmos...

Luciana Horta é Psicóloga, Especialista em Gestão de Pessoas (RH) e em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, Mestranda em Administração e Professora Universitária. E-mail: hortaluciana@yahoo.com.br