Você tem Approach?
Por Dill Casella
22/08/2007
Se você é líder de uma equipe, faça uma reflexão de como está sua
aproximação com seus colaboradores. Você está dirigindo-se a cada
membro de sua equipe respeitando suas diferenças, particularidades e
individualidades? Mais que isso, se tais características não são
congruentes com as suas, como você está lidando com tal conflito
interno?
Se você é vendedor, como está sua abordagem a clientes novos e mesmo
com os antigos? Como eles estão percebendo suas ações?
Conheci um vendedor muito espirituoso, que teatralizava
frequentemente suas ações com clientes. Atendia o segmento de varejo
e, após uma desavença comercial com um cliente, planejou abordagens
de reaproximação em “doses homeopáticas”.
Nas primeiras vezes, limitou-se a diminuir a velocidade de seu carro
e buzinar, ao passar pela frente do estabelecimento do cliente. No
estágio seguinte, simplesmente estacionou o carro na porta do
cliente e acenou! Em seguida, entrava na loja, deixava um “mimo”
(chocolate, brinde, revista, etc.) e ia embora, até aproximar-se de
vez e retomar o relacionamento estremecido.
No mundo da música, note que os artistas, duplas e conjuntos de
maior “apelo popular”, de maior “pegada” são aqueles que emplacam
hits que colam e, na maioria das vezes (!...), passam sensações
agradáveis aos nossos ouvidos!! Lembrou-se de alguma? Eu conheço
várias!!
Todas as palavras em NEGRITO escritas acima, remetem ao approach.
Segundo o Novo Dicionário Aurélio (nas edições mais antigas, a
palavra não figurava), approach quer dizer elo, ligação, enfoque.
Approach tem a ver com intuição, teatralidade, clareza,
autenticidade e paixão pela comunicação. Trata-se do primeiro passo
para um recado, para passar uma idéia (até uma ordem...yes, sir!),
convencer alguém, influenciar, demonstrar afeto e, por que não
dizer, especialmente para liderar e vender.
O valor de um bom approach é medido em quão bem ele é percebido pelo
interlocutor!!
Portanto, se o approach tiver uma finalidade nociva e armada de
segundas intenções, e se isso ficar evidente para o outro lado,
aposto todas as minhas fichas no fracasso de tudo que for dito ou
solicitado em seguida...
Ou será que você, leitor ou leitora, já conseguiu sucesso em
“cantadas” do tipo “será que esse cachorrinho tem telefone?”, “você
vem sempre por aqui?” ou “esse lugar tá vago?”... ai, ai...
Talvez isso explique uma boa parte de problemas de relacionamento em
empresas, da gradativa “desmotivação” de funcionários recém
contratados e até do aparecimento dos terríveis “feudos
corporativos”. Veja o tamanho do poder de destruição de aproximações
ou abordagens realizadas sem muito critério e paixão!!
O approach é uma arte que deve ser exercida com muita afinação,
harmonia e reciprocidade!! É como exercitar passos de dança a
dois...
Se mal executado por você, pelos colegas e pelo seu líder, pode
levá-lo a superdimensionar seu potencial (“sou muito para essa
empresa / esse cargo...”) ou achar-se incapaz de realizar suas
tarefas. Nessas horas, talvez você pense o seguinte: “isso é muita
areia pro meu caminhãozinho...”.
Dill Casella (www.dill.com.br) é Engenheiro Civil, pós graduado em
Marketing, especialização em Desenvolvimento Gerencial e
Empreendedorismo pela FDC e Practitioner pela SBPNL. Com mais de 15
anos em cargos de liderança de empresas de primeira linha, realiza
palestras em vendas, atendimento ao cliente, liderança e motivação.
Também é compositor, músico, escritor e ator amador.